(Ver documento Anexo)
Companhia de Dança Contemporânea em risco de extinção
A Temporada 2011 da Companhia de Dança Contemporânea, com a peça intitulada “O Homem que chorava sumo de Tomates”, vai já na sua terceira semana de cartaz (das quatro programadas), com sala cheia, num espectáculo, uma vez mais inovador, atitude que tem caracterizado a forma de partilha desta companhia com o público. Na sua nova obra, a CDC Angola opta pelo teatro-dança, um género associado à dança contemporânea, insistindo também na dança inclusiva com a integração de bailarinos portadores de deficiência no seu elenco.
Pioneira em diferentes frentes que vão desde a introdução da dança contemporânea em Angola, à apresentação periódica e regular de espectáculos, em regime de temporadas, passando pela utilização de espaços não convencionais e, mais recentemente a abertura para a dança inclusiva (bailarinos com e sem deficiência física), a CDC tem procurado diferentes vocabulários e novas linguagens, como forma de expressão, no âmbito da pesquisa e experimentação, surgindo assim uma proposta de revitalização da cultura de raiz tradicional e popular, pela utilização dos seus elementos na perspectiva da criação de novas estéticas para a dança angolana, diversas vezes em articulação com outras linguagens (literatura, cinema, artes plásticas, teatro)
Porque a arte não existe apenas num âmbito de espectáculo, mas também noutras vertentes em que outros públicos a experimentam, a manipulam e criam produtos, sensações, descobrem vocações ou apenas desfrutam de momentos de prazer, o projecto da CDC integra também uma Oficina de Artes com o objectivo de fazer uma ponte entre o ensino artístico, as artes e a comunidade.
Numa altura em que a CDC Angola assinala 20 anos de existência, com mais de uma dezena de obras originais, sob a direcção da coreógrafa angolana Ana Clara Guerra Marques, cujo trabalho de investigação e produção criativa são sobejamente conhecidos pela sua regularidade, consistência intelectual e qualidade artística e profissional; num momento em que esta companhia, a primeira e única profissional do género em Angola tenta desenvolver um projecto de extensão comunitária com foco na dança enquanto forma de inclusão; num tempo em que Angola pretende ser um país moderno e aberto para o mundo com um desenvolvimento a nível de todos os sectores, visando a sua expansão, o Gabinete de Divulgação e Imagem vem por este meio comunicar que a Companhia de Dança Contemporânea de Angola, deixou de ter um espaço para desenvolver o seu trabalho diário.
Tendo em conta o volume de projectos e actividades que são regularmente apoiados em Angola por entidades estatais e privadas, é de questionar porque não é a CDC Angola contemplada? Para reflexão, aqui ficam as palavras do Presidente da República de Angola: “Não é por acaso que muitos dos nossos criadores já se baseiam nelas [nas tradições] e irão certamente continuar a basear-se para produzirem a música erudita, a dança contemporânea, as danças africanas estilizadas, as belas artes e o teatro moderno. Isto não deverá impedir, no entanto, que continuemos a inserir-nos sem complexos na modernidade, apoiando sem reservas a expressão das novas realizações, inquietações e aspirações que a transformação das bases da nossa sociedade e o progresso social e científico nos impõem”.
NOTA Agradecemos a quem desejar publicar esta nota, que apenas o faça na íntegra, ou seja, sem cortes ou manipulações do texto, uma vez que se trata de uma nota de imprensa da Companhia de Dança Contemporânea de Angola, cujo conteúdo só faz sentido com o texto completo. Pedimos ainda que integrem os créditos fotográficos: CDC Angola©Rui Tavares |
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