segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Movimento Literário Levarte Homenageia Mulheres Angolanas


Victória Ferreira


Enaltecer os esforços que as mulheres angolanas têm demonstrado a cada dia na edificação da nossa sociedade é o principal objectivo do evento denominado “Homenagem à Mulher fora de Março”, que o Movimento Levarte realiza hoje pelas 18 horas no Centro de Formação de Jornalistas (CEFOJOR).


Segundo Kiokamba Cassua, porta voz do Movimento Levarte, pretendem com esta actividade mostrar que o reconhecimento às mulheres não tem de ser necessariamente em Março, mas todos os dias uma vez que “elas se mostram cada vez mais forte e vão ao encontro de oportunidades e desempenham o seu papel com zelo nos vários sectores da vida social”.


Kiokamba Cassua enfatizou o facto de muitas mulheres ocuparem cargos governantais a nível nacional. “Isso vem de algum modo dignificá-las, ganhando cada vez mais espaço para desenvolver as suas actividades e concretizar os seus objectivos”, disse. A actividade contará com a presença de mulheres de vários extractos sociais, com destaque para escritoras, radialistas e apresentadoras de televisão, assim como zungueiras.


Sendo o Levarte fundamentalmente um movimento literário, a poesia será o cerne do evento com declamações de poemas apenas pelas homenageadas. Está também agendado um desfile de moda com modelos da agência Hotmodels, assim como música com algumas cantoras do music hall nacional e a exibição dramática pelo grupo teatral “Tata-Yetu”.


O evento vai contar igualmente, com uma “Quitanda de Arte” que será marcada por sessões de autógrafos dos livros “Controverso” de Kardo Bestilo, e “Os truques do bom pretendente”, de Massogi Atchisseke, ambos publicados sob a égide do Levarte.

REFLEXÕES SOBRE O MODO DE VER A ARTE AFRICANA












Cristiano Neto*


Os olhares que impliquem análise e interpretação dos fenômenos de uma realidade cultural enquadram-se na tipologia de manifestações da actividade mental do humanos. Naturalmente, suas as percepções e escolhas estão condicionadas por diversos fatores, dos quais destaco: o próprio indivíduo, as ligações que estabelece no seu grupo de relações sociais e a natureza que o envolve, entendida como o universo ou o cosmo.
Creio não exagerar se disser que, no passado, a atitude de um produtor de Arte em África foi, em geral, semelhante à dos produtores de outras sociedades, sobretudo na escultura e pintura, pois as considerava produto do seu imaginário e não meras obras de arte.
Seria um medíocre observador aquele que ignorasse as finalidades para as quais eram construídas as habitações em determinadas sociedades Africanas, pois não é possível compreender-se a Arte desconhecendo os propósitos a que ela tem de servir. A verdade é que, quanto mais recuarmos na retrospectiva histórica, mais complexas são as finalidades que se crê serem servidas pela a Arte. O mesmo se aplica se sairmos das cidades dos países ditos “civilizados” e visitarmos Povos cujos modos de vida ainda se assemelham às condições em que viveram os nossos mais remotos ancestrais. Chamam alguns estudiosos a esses Povos normalmente de “primitivos”, não porque sejam mais simples do que nós, mas por estarem, a partir de um ponto de vista, mais distantes da concepção do estado desenvolvimento actual da generalidade das sociedades ocidentais, o que gera muitas vezes teses de que estagnaram no tempo e no espaço, tornando-se fechadas sobre si mesmas. Mas a verdade é que na sua produção artística e mesmo, por exemplo, na construção das suas habitações, podemos constatar o pragmatismo e objectividade da essência do labor dos ditos “primitivos”, virado para a utilidade fundamental, tendo em conta seu ambiente e natureza. Ou seja, suas habitações existem para protegê-los da chuva, do sol e vento e dos espíritos que geram tais fenómenos. As imagens das suas esculturas em madeira a partir de troncos de árvores representam e servem do ponto de vista simbólico para defenderem-se contra outros poderes tão reais quanto as forças da natureza na sua concepção.


É difícil para alguns autores e estudiosos entenderem os meandros de uma realidade de um grupo ou sociedade humana, pois o mergulho nas profundidades da identidade, ou seja, da essência cultural dos ditos Povos, só é possível se nos libertarmos de um primitivismo conceptual na análise e interpretação dos fenómenos culturais. Daí que seja importante uma introspecção a partir de cada um de nós, partindo do seguinte exemplo: recortamos do jornal diário o retrato do nosso músico ou desportista favorito, o qual integra a notícia de que o músico foi desclassificado para a final de um Concurso Internacional de Música, ou a notícia de que o desportista não conseguiu obter os valores mínimos para sua qualificação aos próximos Jogos Olímpicos. Perante um acto temperamental de tristeza por tais resultados negativos praticado por alguém que, numa atitude sancionatória, se atrevesse provocar danos na imagem de tais personalidades do nosso jornal, será que ficaríamos indiferentes? Certamente que reagiríamos em defesa da protecção da imagem do nosso ídolo, apesar de que tais danos não afectariam na realidade a pessoa do ídolo. É precisamente essa sensação aparentemente estranha e irracional de que os danos causados à imagem do retrato do nosso ídolo atingem a pessoa em causa, que sobrevive no subconsciente de muitos extractos das Sociedades em plena era da Internet. Creio que chegado este momento, estamos em condições de perceber que tais concepções existem e existirão no futuro em todas as sociedades independentemente do seu nível de desenvolvimento.
Finalmente, podemos afirmar que tal modo de representar a imagem da realidade é um fenômeno transversal nas Sociedades Humanas. Nas tradições, nos usos e costumes nacionais de alguns Povos, historicamente, praticaram-se e se praticam ainda rituais através do seu imaginário colectivo. Produziam pequenas imagens representativas de um inimigo de acordo com a sua tradição, perfuravam o coração do maltratado boneco ou o queimavam na esperança simbólica de que o inimigo sofresse com isso. Recordo que, actualmente, na Grã-Bretanha, celebra-se, em 5 de novembro anualmente, com pompa e circunstância, acompanhado de fogo-de-artifício, a Festa Popular da queima da efígie de Guy Fawes, o conspirador que quis fazer explodir as Casas do Parlamento, quando o Rei e seus Ministros aí se encontravam – daí se ter chamado a “Conspiração da Pólvora” a atitude, que foi descoberta, de Guy Fawes, executado em 5 de novembro de 1605, data celebrada até aos nossos dias.
Em jeito de conclusão, podemos afirmar que, aproximando-me de uma visão antropológica, considero que a cultura assenta necessariamente sobre a natureza entendida como Universo, pois a Cultura é uma especificidade Humana entendida na sua vertente dinâmica. O termo “primitivo” é de origem antroplógica e fez parte da interpretação evolucionista das primeiras escolas Antroplógicas do fim do século XIX e início do século XX. Mas é curioso que esse termo, mesmo na atualidade, ainda seja utilizado como reflexo de olhares ou visões preconceituosas de tal forma extremistas, que revelam profunda ignorância da evolução das Ciências Humanas. Ciente da complexidade deste tema, certamente muito fica por abordar, mas serve para iniciar a partilha de impressões com quem assim o entender, o que muito apreciaria.


* Artista Plástico e Investigador Angolano

ÚLTIMO SUSPIRO DO POETA

Por: Poeta Sofredor

Deixe-me comer
os segundos saNgrentos
dos gritos soltos
em noites de batalha
tristes, assim, nem sonho
do luto com as pernas de ruído,

Deixe-me
passar este testemunho
ao mar de pedras magras
porque meu viver
é um farrapo derramado
no berço do Abismo.

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Reviver a música transcontinental de Luís Morais no disco “Novidade de Mindelo”


João Papelo


Foi em Dakar, nos bailes cabo-verdianos e nos cabarés “Miami Jazz”, “Saloum Rhytgm”, “Calipso” e “Pigalle” que Luís Morais fez a sua estreia nos palcos seduzindo tudo e todos com o seu clarinete e saxofone. Tocava com músicos cabo-verdianos, senegaleses, camaroneses e ganenses, mas era único que dominava a flauta. E consagrou-se na diáspora.

Pouco tempo antes da sua morte, a 25 de Setembro do ano 2002, Luís Morais grava pela Lusáfrica o disco de clarinete, com dez faixas musicais, intitulado “Novidade de Mindelo”. Era talvez um disco simbólico em aceno de despedida, ou o seu tributo à “Mindelo” (onde nos anos 50 o “patriarca da música de Cabo-verde” troca experiências com vocalistas da região, entre eles Amândio Cabral, Djosinha, Titina. Mais tarde o encontro com Cesária Évora dá-se nos estúdios das Rádios de Mindelo), sendo ele natural da Ilha de São Vicente.

A primeira faixa deste CD é que dá título ao disco “Mindelo”, o seu intróito de mestre seduz com delicadeza a quem ouve, logo desde o começo. O encontro dos instrumentos e a sinfonia no ritmo faz-nos divagar com esmero numa paródia telúrica. O seu clarinete, ora melancólico, ora frenético, gera na alma a beleza duma cultura. Apesar da influência do ritmo latino-americano como o merengue e outros que fizeram época no dealbar da carreira de Luís Morais, o seu estilo é inconfundível, a sua música tem uma sonoridade única e bem patente.

No disco “Novidade de Mindelo”, em cada melodia há uma lamentação, em cada lamentação há uma história: a inenarrável expressão de saudade que se anuncia, e ressoa paradoxalmente em tom de despedida, através do som e da sinfonia dos instrumentos ou do casamento da orquestra. A segunda faixa “Stóra mais stóra” é um passeio no roteiro que traduz a imaginação, é como se o clarinete aquecesse. A percussão é branda e perfeitamente acompanhada pelo genial Ademiro Miranda (Miroca) que sabe bater com destreza os tambores, aliando o útil ao agradável.

A terceira faixa “Delicadeza” é uma serenata à vida. Toca suave, terna, acalma o espírito, consola a alma. É um recado sem palavras, sem a predilecção do verbo. Apenas o som. Apenas o sopro. Apenas o clarinete. Mas é na quinta faixa “Cabo-verde de nós” que Luís Morais, na companhia do excelente pianista Fernando Andrade, começa a atingir o clímax. Aqui a música ganha outra dinâmica, outra expressão, outra singularidade. A melodia aqui é bastante envolvente, inebriante e dançante até mesmo.

À venda ainda em algumas casas de disco em Luanda, “Novidade de Mindelo” é um disco de excepcional qualidade a todos os níveis e o seu autor, conhecido internacionalmente, dispensa qualquer tipo de apresentação. Amigo íntimo do seu colega “Bana”, Luís Morais gravou numerosos álbuns instrumentais, mas é sobretudo como o autor de “Boas Festas” que ele é conhecido. “Boas festas” é um arranjo instrumental que ele fez de uma canção tradicional da Ilha de S. Antão. Este arranjo foi bem conseguido que desde então passou a ser a música de excelência para celebrar a passagem do ano entre os cabo-verdianos no mundo inteiro. A inesperada morte deste ícone e patriarca da música de Cabo-verde deixou um problema de difícil resolução. A culminar a sua longa e brilhante carreira, Luís Morais empenhava-se agora na formação de jovens capazes de dar continuidade à música tradicional de Cabo-verde.


Papelo.folha8@gmail

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Conversa com Matias Damásio

Rita Pablo

“Comecei a estudar uma hora e a dedicar-me à música 5”

Matias Damásio nasceu em Benguela em 1982 num bairro chamado “Lixeira”, nome esse que inspirou o seu novo álbum. Enquanto pequeno viveu com algumas dificuldades, mas conseguiu vingar no mundo da música.
O Factual falou com o cantor que já arrebatou quase todos os prémios e deixou marcas nos corações dos angolanos.

“Passei dificuldades, como quase todas as famílias angolanas, e em 1992 por causa da guerra tive de sair de Benguela e vir para Luanda como refugiado” recorda o artista lamentando os momentos trágicos.

Ainda na sua terra Natal e em tenra idade participou em concursos religiosos, coisas pequenas mas que o fizeram desabrochar para o mundo da música. Quando chegou a Luanda, Matias dedicou-se aos estudos. “Sempre fui bom aluno até que a música falou mais alto. Comecei a estudar uma hora e a dedicar-me à música 5”. Assim, conhece no bairro onde vivia, Bom Rebento” os Guitimos, um grupo musical composto por Timóteo e Guito que o ensinaram a tocar guitarra, a partir daí nunca mais largou os ritmos.

Apesar da família ser muito ligada não via com bons olhos a carreira musical que Damásio estava a querer seguir, no entanto, o seu irmão mais novo tinha uma ideia diferente. “O meu irmão, Jaime Damásio, viu o anúncio para o concurso das estrelas ao palco e convenceu-me a inscrever. Chamaram-me e eu nem sabia bem para o que era, nem tinha preparado música nenhuma para lá ir. Foi durante a viagem, até ao local dos castings, que ouvi na rádio uma música do Belo. Cheguei lá e cantei. Enganei-me muitas vezes, mas fiquei, lá acharam que tinha talento”. Matias recorda que quando apareceu pela primeira vez na TV não disse nada a ninguém apenas pediu para o seu pai assistir o programa. Quando este o viu a cantar e a imitar o Belo, começou então a acreditar no seu potencial. “ Depois disso o meu pai ficou muito emocionado e começou a acreditar. Ele é muito importante para mim e quando me deu um abraço de apoio foi ali que senti que tinha força para avançar”. Apesar de ter ficado nos 12 finalistas Matias Damásio já estava satisfeito com o que a sorte lhe tinha reservado. Contudo, o seu percurso tinha apenas começado.

Participou ao lado da Banda Maravilha e João Alexandre no concurso “Domingão Coca-cola”, onde obteve o segundo lugar.

Em 2003 vence a Gala à Sexta-Feira da Televisão Pública de Angola (TPA), com a música “mãe querida” que curiosamente, tal como lembra o cantor, “eu quando me inscrevi não fui classificado fiquei como suplente, mas três dias antes ligaram-me para eu substituir um outro e ganhei o concurso”. Depois venceu o festival da canção de Luanda e o Variante e a empresa Chevron Texaco patrocina-lhe o seu primeiro álbum “Vitória”, em 2005. Que contou com a participação de Eduardo Paím e que para o artista foi uma grande honra que ainda hoje agradece. A partir daí conquistou Angola e além fronteiras. Fez vários concertos, esteve em Portugal, Egipto, Espanha, Londres e Moçambique e aqui Damásio contou uma história ao Factual: “sai do aeroporto estava lá uma série de pessoas à minha espera, mas eu nem reparei que eram para mim teve de ser o meu empresário a chamar-me a atenção. Eu nem sabia que conheciam tanto o meu álbum nem se quer que tinha fans”.

No Palco do Cine Atlântico, em Luanda, venceu o 17º Top dos Mais Queridos, interpretando a canção "Porquê".

Neste concurso organizado anualmente pela Rádio Nacional de Angola (RNA), sagraram-se em segundo e terceiros lugares o cantor Maya Cool, com a sua Canção "Te Juro" e o agrupamento musical Tunjila Tua Jokota, com o tema "Mana Mena". Este concurso consagrou este jovem cantor e atirou-o para as luzes da ribalta. Se alguma dúvida restava, agora o povo angolano tinha votado de uma forma arrebatadora demonstrando quem era o seu cantor favorito. Foi no ano passado no dia 5 de Outubro e agora, no mesmo dia, Damásio lança o seu novo álbum “Amor festa na lixeira”, gravado em Portugal. Coincidência ou não o certo é que o artista tem já a agenda preenchida. Neste fim-de-semana vai tocar no FestiSumbe.

Apesar de Damásio confessar que nem sabe como tem tanta sorte e ainda nem acredita bem no que se esta a passar com ele, não deixa de dizer aos jovens artistas “Acreditem é possível. Onde está o vosso coração está a vossa riqueza”.

Pintor Etona admite falta de mercado no país

Angop
Artista plástico Etona preocupado com mercado artístico

Luanda – O pintor e escultor angolano Tomás Ana “Etona” afirmou hoje, em Luanda, haver ausência de um efectivo mercado das artes plásticas no país pela realidade actual desta modalidade artística em Angola.

Em declarações à Angop, Etona fez saber que em bom rigor não há ainda uma dinâmica efectiva e séria na venda e compra de obras, já que o que se faz é a venda “anárquica” das obras de arte.

“Geralmente, os artistas, cada um a seu jeito, vão a procura de compradores dos seus quadros e estes por sua vez adquirem-nas, quer saibam, quer não da qualidade das mesmas, o que é errado", referiu.

As obras de arte encarnam em si a filosofia e a diversidade cultural de um povo, de uma nação, logo, disse, não deve ser tratado como uma mercadoria qualquer. “ Deve haver organização na venda do produto artístico, só assim se poderá dizer que existe o mercado das belas artes em Angola e saber se está ou não a evoluir”, indicou.

“Nós os artistas temos a responsabilidade de contribuir permanentemente no progresso contínuo deste país saído de uma longa guerra. Assim, há que organizar a venda das obras de arte e tudo isso passa sobremaneira com reorganização da União Nacional dos Artistas Plásticos(UNAP)”, asseverou.

Etona admite haver uma certa apatia da UNAP quanto aos novos desafios que o país apresenta no domínio das artes, argumentando que esta instituição tem, na qualidade de parceira do Estado, como uma das suas competências a avaliação do que se produz em termos de qualidade, bem como a criação de formas adequadas de comercialização e promoção das artes plásticas.
No entanto, o secretário geral da UNAP, António Bastos Galiano é de opinião que o mercado artístico está a mudar para melhor, apesar de algumas dificuldades, sendo que já se vê muito mais sensibilidade em torno da arte.

“Já temos coleccionadores de arte, empresas como Banco Africano de Investimentos (BAI), Banco Espírito Santo(BESA), Empresa de Seguros de Angola (ENSA) interessadas em investir na arte, assim como estrangeiros que estão a comprar cada vez mais obras em Angola, o que demonstra que a qualidade deste produto artístico esta a melhorar”, referiu.

António Bastos Galiano admite que internamente a UNAP precisa organizar-se mais para fazer com que os artistas plásticos correspondam as exigências do mercado artístico actual, trabalhando cada vez mais e com qualidade.

Secretário da UNAP admite existirem carências de professores de arte

Angop

Luanda - O secretário-geral da União Nacional dos Artistas Plásticos (UNAP), António Bastos Galiano, considerou segunda-feira, em Luanda, existirem ainda carências de professores qualificados para ministrar aulas de artes plásticas no país.
Em declarações à Angop, António Bastos refere que os professores existentes têm na sua maioria o ensino médio artístico e é com estes que a Escola Nacional de Artes Plásticas (ENAP) tem estado a contar para a formação dos novos criadores.
"Na década 70, por exemplo, a formação nas artes plásticas ou visuais, feita na Escola Industrial de Luanda, contava com o engajamento de professores angolanos e portugueses com qualificação superior nas belas artes. Hoje, com os momentos difíceis que o país atravessou muitas coisas se alteraram", sublinhou.
No entanto, o secretário-geral da UNAP elogiou os esforços do Estado na criação de infra-estruturas escolares adequadas para o ensino artístico e a contratação de professores estrangeiros para ajudarem a formação da nova geração de artistas capaz de enfrentar os desafios contínuos das artes.
Por sua vez, o director-geral do Instituto Nacional de Formação Artística (INFA), Francisco Van-Dúnem "Van", reconheceu haver ausências de professores mestrados, licenciados para leccionarem na Escola Nacional de Artes Plásticas.
"Nós temos muitos monitores, com formação média, que estão a colmatar o vazio de técnicos superiores de arte, principalmente para o primeiro e segundo ano do curso. Apesar disso, somos elogiados por algumas sensibilidades de estarmos a formar bons alunos no domínio das artes plásticas", salientou.
Van garante que o Estado já está preocupado com esta situação, pelo que, este ano, já se encontram em Cuba, Brasil e Marrocos técnicos de arte que estão a fazer a formação superior em belas artes, desde a artes plásticas, música, dança, teatro e o cinema.
Apesar da sua criação só ter sido publicada no dia um de Abril de 1993, o curso médio de artes plásticas entrou em funcionamento em 1990 com a estreia das disciplinas de cerâmica, escultura, pintura, gravura e tecelagem artística.
Este ano, na Escola Nacional de Artes Plásticas, adstrita ao INFA, finalizaram o curso 33 artistas plásticos, sendo 22 pintores, cinco ceramistas e quatro escultores.

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Poesia A Quinta-Feira em Luanda





DATA E HORA:


Quintas-feiras as 19H00



LOCAL:


IC/CCP Luanda Luanda – Angola Av. de Portugal Nº 50



ORGANIZAÇÃO:


Organizador – IC/CCP Luanda e Lev’Arte


Contacto dos organizadores


IC-CCP Luanda(+244) 222 330243




Miovimento Lev’Arte – (+244) 927-001780





ACTIVIDADE:
Todas as quintas-feiras de cada mês, é realizada no auditório Pepetela do Instituto Camões – Centro Cultural Português sessão de poesia ao vivo promovido pelo Movimento de Poesia ao Vivo de Luanda Lev’Arte.




terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Camp on The Beach

António Pinto


Friday, December 05 and December 12, the Angola Field Group will camp on the beach for its annual Turtle Trip. We will join biologist Michel Morais and his research team from Agostinho Neto University who for the past seven years have been tracking turtles nesting on Praia dos Onças, the beach below the Miradouro da Lua (Lunar Landscape), south of Luanda. (see map and photos on blogsite http://angolafieldgroup.wordpress.com/ ) We will spend the night walking up and down the beach in teams hoping to find turtles laying eggs or we may be lucky enough to witness the release of newly hatched baby turtles rescued from unsafe nests and incubated by the research team. We plan to leave the city at 4:30 pm on Friday, to avoid heavy traffic so we can reach the beach in daylight to pitch our tents. Participants must supply their own food and camping gear. A four wheel drive vehicle is necessary. We must keep numbers to a strict limit so please only sign up if you are serious about going. (reply to this email address) Final trip details including meeting spot, etc. will be given once you have signed up. When you are registering for this trip please indicate: § if you have room in your vehicle for more passengers or/do you need a lift § if you will be leaving from the city or from Luanda Sul § which date you prefer, the 5th or the 12th or you are flexible. We are collecting $20.00 from each participant to donate to the Turtle Research Project Henriette Koning Angola Field Group http://angolafieldgroup.wordpress.com/

Lançamento do Livro "Para uma História da Dança em Angola: Entre a Escola e a Companhia - Um Percursso Pedagógico"

António Pinto

Saudações especiais.

Aqui vai o convite da Anita, dirigido a cada um dos leitores do Tantã.

Até quinta, às 18h00, no Museu de História Natural (Kinaxixe)!


Convido-vos a estar presentes no lançamento do meu livro "Para uma História da Dança em Angola: Entre a Escola e a Companhia - Um Percursso Pedagógico", que terá lugar no Museu de História Natural, no dia 04 de Dezembro, pelas 18.00H.
A apresentação será feita pelo Dr. Justino Pinto de Andrade.

LINKS:
o CDC Angola
o TUCOKWE.org

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Show de Poesia Ao ViVo em Luanda


O Que é Bom Deve Ser Partilhado (KB)



Quinta-Feira 04 de Dezembro
Hora: 18:50
Acesso: Livre
Local: Auditório Pepetela/Instituto Camões


Realização: Lev´Arte e Instituto Camões/Centro Cultural Português

Centro Cultural Português, Avenida de Portugal, 50.
(Embaixada de Portugal)

www.levarte.bravehost.com

www.levarteangola.blospot.com

927 00 1780
levarte.angola@gmail.com

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

A Ilha dos Escravos

Jorge António

O FICLuanda tem a honra de convidar V. Exa. para assistir à apresentação, hoje, 5ª feira, pelas 19H00, do filme “A Ilha dos Escravos”, uma co-produção Portugal-Brasil-CaboVerde que conta no elenco com Zézé Mota, Diogo Infante, Ângelo Torres entre outros.

A Apresentação será feita pelo actor principal Ângelo Torres.

Local: Auditório Pepetela – Centro Cultural Português
Av. de Portugal, Nº 50
Luanda

O Pai do Pano Preto da Velha Mabunda Volta a Atacar

Nok Nogueira

O escritor Jacinto Lemos Lança esta quinta-feira as 17:00 na Biblioteca Nacional o seu mais recente trabalho literário:

Chico NHÔ

Chico NHÔ é um Romance com 714 páginas que espera por si hoje com o direito ao belo autógrafo do Autor.
“É uma história antiga em que o neto, no caso CHICO NHÔ, encarna o espírito do avô, e durante a sua vivência passa por vários dramas nos Mussuques, e a história termina depois de ele regressar de Cabo – Verde, e casar-se em sua terra com uma jovem”, Jacinto Lemos.

Sinta-se desde já convidado e não venha sozinho, como diz o Kardo “o que é bom deve ser partilhado”.


O livro é primeiro da Coleção Madjangata e será apresentado pelo escritor Conceição Cristovão

Até Já,


++ Informações: 924 2694 17 ou 912 8480 02

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Desfile de Moda em Cacuaco

Foto: Miss Angola 2008

Kiabala Teixeira

A N´sady Model´s apresenta...
Um Desfile de moda, com estilistas: Yola Basto/Sónia/Marciana Diogo e Mbala. Terá lugar na discoteca Roseira - Cacuaco, no dia 29/11/08 a partir das 19:45min; O ingresso custa 500KZs, músicos convidados: Os Magnos e Os Kauz. Ingressos à venda na Esplanada Lança Flor (Cacuaco), Atelier Yola LDJ e no Local do evento.

Município do Cacuaco

Lua De Mulher

O LEV´ARTE e Hotmodels apresentam "Sábado" dia 29 de Novembro de 2008 no CEFOJOR (Centro de Formação de Jornalistas) pelas 18:00 horas: Homenagem à Mulher Fora de Março

+++ informações: 927 00 1780





O Que é Bom Deve Ser Partilhado... (KB)



Mãe da Humanidade & do Mundo



Oh! Mulher!
Excelência da vida, és a rainha da sociedade Geradora da vida!
Mas! Micróbios Musculados atrevem-se a insultar-te!

És quem vejo quando penso

Na minha Mãe – Mulher,
Na minha Irmã – Mulher,
Na minha Esposa – Mulher,
Na minha Filha – Mulher,
Na minha Avó – Mulher!

Mulher é tudo e está em tudo!

Sem mulher não há vida,
Sem mulher ou mãe não há educação,
Sem mulher ou esposa não há estabilidade social,
Sem mulher ou irmã não há amiga mulher,
Sem mulher ou filha não há ciúmes de consciência,
Sem mulher ou avó não há mimos de meninice!

Mesmo assim as fazemos sofrer,
Mesmo assim conseguimos traí-las,
Mesmo assim conseguimos Espancá-las Agredi-las, Violá-las...
Que espécie de seres somos nós? Micróbios Musculados!
Mulher é a base da sociedade,
Quando frágil: sociedade frágil as influências e destruição.

Oh! Mulher, és a razão da nossa existência e gira o mundo!
Mesmo assim por abundares com tuas curvas doces
Micróbios Musculados esquecem teu valor,
Tudo que fazemos é por ti, alteza, tudo para conquistar-te
Guerras acontecem, carros são comprados, casas são adquiridas,
Mesmo assim Micróbios Musculados conseguem abusar-te...
Mas tua fragilidade me fortalece,
Teu sorriso me dá Felicidade,
Teu amor faz meu mundo girar,
Tua existência faz que eu exista!
A ti mulher Eu respeito e amo!
As imitações de homens! Micróbios Musculados,
Vamos educá-los com o tempo e peço desculpa, minha alteza,

És um ser sem igual, no entanto
Teu preço é Amor, Tua etiqueta Compreensão,
Teu forro Carinho, Teu interior Minha Origem,
Nenhuma tristeza apaga isso, nenhum dinheiro paga isso,
Aqui me ajoelho, aqui te agradeço, minha alteza,
A ti mulher, Mãe da Humanidade & do Mundo!



Luanda 27/02/2005 * Casa 142 - 2.20 pm



In ControVerso, 2006, pag. 76, by Kardo Bestilo

Apresentação do Livro Gestão Estratégica


CHÁ DE CAXINDE

A EDITORA E LIVRARIA CHÁ DE CAXINDE, tem a honra deconvidar V. Exas. a participarem do lançamento do livroGestão Estratégica, no dia 27/11/2008, a ter lugar noESPAÇO VERDE CAXINDE pelas 18:30 horas.

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Palestras Na Cidade de Luanda


Alice Cruz

Realiza-se hoje uma palestra sobre “A Qualidade de Vida na Terceira Idade
Local: LAASP (Ex-Liga Africana em Luanda);
Hora: 15:30h.

Realiza-se hoje uma palestra sobre “A Contribuição das Igrejas na Reconstrução da Nação”.
Local: U.E.A. (União dos Escritores Angolanos em Luanda);
Hora: 15:30h.

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Os Truques de Um Bom Pretendente


O LEV´ARTE e o Autor têm o prazer de convidar V.Ex.ª para a sessão de apresentação do Livro de Contos “Os Truques de Um Bom Pretendente” de Massogi Atchisseke, no dia 21/11/08 a ter lugar no Cefojor (Centro de Formação de Jornalistas) pelas 18:00 horas.

http://www.levarteangola.blogspot.com/

927 00 1780

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Convite Para o Lançamento do Livro "Turista Kalú em Loanda" do autor Elvídeo de Oliveira


Emília António



A Editora e Livraria Chá de Caxinde, a Toyota de Angola, S.A e o Autor têm o prazer de Convidar V.Exa. ao Lançamento do Livro


TURISTA

KALÚ EM

LOANDA


A ter lugar no dia 20/11/2008, quinta-feira pelas 18horas na sede da Toyota a sua presença é indispensável.

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Neste dia 22 de Novembro tem REGGAE4LIFE

Neste dia 22 de Novembro tem REGGAE4LIFE no Santidade Local Bar - Praia Brava - SC APOIO: Balneário Camboriu Shopping


Dia 22 de novembro na Praia Brava - Santa Catarina - Brazil> NEGROAVAPOR - Itapema SC

Mais informações: ACESSE www.myspace.com/reggaefourlife

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

À Volta da Cidade


Rui Policarpo



Grupo Teatral Tumakwiza: Desta vez Quem São as Macas
Local: Elinga Teatro
Ingresso: 700kz

Projecto 'Salvação ' em Viana
Rua da Igreja Universal dia 15/11/08
Informações 929712376 -- Michel Muanza

Colectivo de Artes Tata Yeto Apresentam no dia 16/11/2008
Delinquência Juvenil
Verdadeiro Cristão
Desastre da Bebedeira

Local: Paroquia de S. Francisco Xavier
As 14H:30
Ingresso: 300kz


Praise Arte – Evento Cultural Gospel
Apresenta todos os Domingos na Casa de Refeições ANCOJE, por detrás da Discoteca Bingo, prédio da ShopGal
(Poesia, Musica e Teatro)
Entrada: 100.00kz
Informações: 925214850

Lançamento do Livro de Contos: “Os truques de Um Bom Pretendente” do escritor Massogi Atchisseke
Data: dia 21/11/08
Cefojor

Lev´Arte organiza: Projecto “Lua de Mulheres” Uma Homenagem as mulheres fora de Março
Data: 29/11/08
Local: Cefojor
Hora: 18:00 horas

Prémio Gospel ML3

Joel Caetano

Então malta vem ai a gala de premiação dos melhores discos, grupos, cds, bandas e músicas gospel do ano em Angola.

É já no dia 23 de Novembro de2008 no Cine karl Marx com a participaão especial de uma cantora brasileira “Cristina Mel”.

Compre já o seu ingresso.



O Prémio PML3 (Prémio Missionário Levita por Três Meses) é um Louvor atribuído ao cantor, músico ou grupo que durante o ano da realização do evento tenha pregado o evangelho através da musica gospel pelos vários meios de divulgação oficial.

www.uaue.co.ao/ml3

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

LANÇAMENTO DO LIVRO DE FOTOS DE ANGOLA

EDITORIAL NZILA
Em alusão ao 11 de Novembro - Dia da Independência Nacional, a Editorial Nzila anuncia o lançamento, amanhã, Feriado Nacional pelo Dia da INDEPENDÊNCIA, no BELAS SHOPING
ÀS 10H00 A ÁRVORE E A ESTRELA de autoria de Maurício Vieira.

O evento esta inserido na Agenda da V Semana do Brasil e é apoiado pela Embaixada Brasileira com o patrocínio da AEBRAN – ASSOCIAÇÃO DOS EMPRESÁRIOS E EXECUTIVOS BRASILEIROS EM ANGOLA.
Não perca!!!
Apareça com amigos e familiares, compre livros e ganhe um autógrafo do autor.

Maurício Vieira vive em Angola e trabalha para uma empresa angolana de engenharia co-responsável pela reconstrução do país através da construção de pontes, estradas e desminagem.

Já viajou pelo país inteiro com sua câmera fotográfica nas mãos, registando com rigor esta terra de muitos contrastes. De um lado uma natureza selvagem, inexplorada; de outro lado os escombros e as ruínas de um país ainda marcado pelas chagas de décadas de guerra.


É este fascínio pela terra e pelo povo de Angola que Maurício perpetua em sua câmera. Um olhar de viajante que trafega livremente por um país orgulhoso, nobre, absoluto.

O livro apresenta uma selecção de 70 fotos permeadas por um depoimento seu, além de textos de Sérgio Guerra [brasileiro, produtor cultural e fotógrafo, radicado em Angola desde 1999], Marcello Sorrentino [carioca, antropólogo e poeta] e Luís Fernando [angolano, jornalista, ex-director do jornal de Angola e actual director do Semanário O País].

O autor justifica que “após quarenta anos de luta que levou e interrompeu muitas vidas, finalmente o país encontrou a paz e a esperança. Era preciso mostrar esta nova Angola, com toda sua beleza reencontrada e reconquistada."

O Autor (923 823 703)
Maurício Maluta Vieira nasceu no Rio de Janeiro [Brasil] e tem 30 anos. Jornalista e fotógrafo, já registrou, além de Angola, países como a Bolívia, Peru, Chile, Argentina e, mais recentemente, Tanzânia. Estudou Economia na Universidade de Chicago.

EDITORIAL NZILA - O PRAZER DE LER BONS LIVROS!

Next Smooth And Rave - Concerto 13/11/2008


Next Smooth And Rave

Concerto Quinta – Feira 13 Novembro as 21H
Local: Cinema Nacional Chá de Caxinde

Infoline: 923 55 50 50

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Entrevista com Adriano Botelho de Vasconcelos


Cultura

“Várias correntes estéticas fortalecem a nossa literatura”
Rita Pablo

No momento em que a Literatura e educação nas camadas mais jovens é tema de debate e preocupação de alguns programas políticos, o Factual foi até à União de escritores angolanos falar com Adriano Vasconcelos. Na entrevista ao Secretário ficamos a conhecer uma organização que é o prelúdio da arte literária angolana.

1 - Gostaria que me falasse um pouco do historial da União de Escritores Angolanos.
A UEA foi fundada no ano de 1975, 10 de Dezembro. É a associação mais antiga do país e hoje, devido aos imperativos modernos de gestão das contas públicas, há cinco anos que é uma instituição de utilidade pública. Temos inscrito cerca de 125 membros. No domínio social destaco a «política de saúde» que tem atenuado os problemas existenciais de muitos dos seus membros

2- Quais são os apoios e de que forma subsiste a União?
A UEA tem uma visão corporativa muito forte e esse princípio tem permitido a existência de uma parceria com o governo e a Sonangol Holding, laços que permitem que a política editorial tenha os devidos incentivos à edição de inéditos dos seus membros e ainda de títulos de potenciais escritores.

3- Principais actividades?
A principal actividade da UEA é a sua política editorial já que tem publicado o maior número de inéditos dos cerca de 125 membros filiados. É ainda a UEA que torna os seus conteúdos conhecidos mundialmente através do seu site (www.uea-angola.org) pois deixamos de ser uma instituição info-excluída. Estamos na aldeia global com conteúdos antológicos nos domínios da poesia e ficção, temos o maior número de entrevistas e ensaios à volta dos livros publicados. Os centros de estudo das faculdades de letras do Brasil e Portugal já têm o site como grande base de dados e pesquisa. Em termos físicos, temos uma biblioteca visitada por mais de 80 mil alunos por ano e esse fenómeno significa que os jovens querem mais equipamentos multimodais e posso afirmar que a cultura do silêncio começa a fazer parte das suas escolhas de ocupação dos tempos livres.

5- Como vê a escrita no contexto social actual?
A nossa escrita não tem ficado estagnada ou simplesmente refazendo estilos antigos. Existem sinais de ruptura estética. Várias correntes estéticas fortalecem a nossa literatura. Em termos temáticos a sua diversidade resulta da solidez da nossa democracia pois deixamos de usar o estilo hermético ou a auto-censura para retratarmos algo que socialmente possa estar distante dos princípios e ética do escritor. A dimensão da utopia de hoje não é menos apaixonante que a utopia de ontem. A democracia e os traços da sua pluralidade têm potenciado os nossos fazeres poéticos e ficcionais e quantas vezes os escritores não buscam no meio social os personagens até para que através desse exercício de sátira se possa conhecer os «rostos» da nossa comunidade. O romance «Erros que matam, da escritora Sónia Gomes, tem como tema a sida, uma peça dramática, mas é a sua beleza de escrita, o seu lápis leve, solto e maduro que grava o tema no nosso imaginário como uma pandemia que deve ser vigiado pela alteração dos nossos hábitos. Quem conhecia o grande poder mágico da escrita de Sónia Gomes?

6 - Acha que os jovens estão mais próximos da literatura ou cada vez mais de costas?
Muitos são os jovens que, nascidos em Angola ou noutros continentes, estão diante de muitas ofertas de produtos culturais profusamente distribuídos através dos meios digitais. As suas escolhas são condicionadas pelo poder do fascínio, das aguarelas fortes e ritmo de vida tão vertiginoso e essas escolhas, infelizmente, tornam mais frágeis as suas dimensões espirituais porque a essência cultural é quase vazia de valores. Naturalmente, acreditam que a cultura resultante desses modismos são impressionantes e os seus verbos fazem parte dos seus códigos sociais, sempre fechados até como forma de ruptura. Toda a cultura que resulte de uma maior exigência, destaco o caso da leitura que obriga a um maior tempo de silêncio, de maturação no processo de criação e de uma viagem mais introspectiva – mesmo quando são protagonistas desse fazer cultural –, é motivo de segunda escolha. O desafio da sociedade de hoje terá que ter como ponto nuclear de viragem a criação das redes de equipamentos multimodais, espaços onde os jovens poderão convergir os saberes culturais e de exposição dos seus produtos. Concluir essa rede na próxima legislatura, será o grande imperativo político para que se tenha mais leitores, novos públicos consumidores de cultura e que esse acto estruturante represente para o país uma grande valorização do tempo. A ocupação dos tempos livres dos jovens quando dirigida e incentivada gerará, certamente, novos produtos e consolidará os discursos de cidadania. Esse desiderato deverá incluir também o treino das habilidades artísticas e a cultura do silêncio como meio de enriquecimento do nosso potencial espiritual. Acredito que tendo mais espaços, mais jovens entenderão que é importante cultivar o belo.

7- Quais são os projectos e incentivos que a União tem para um futuro próximo?
A gestão de interesses da UEA que terá paridade temporal com o novo ciclo de legislatura, deverá criar um espaço de diplomacia de influência junto do novo parlamento para que a lei das «Bolsas de Criação» seja aprovada e os criadores e pensadores da cultura tenham um compromisso de produção de mais conteúdos. Se numa legislatura podermos atribuir mais de 800 bolsas de criação, Angola terá o seu renascimento espiritual. Outrossim, deve saber contratualizar com o novo Governo para que a sua localização privilegiada em termos imobiliário permita o início de uma parceria «público-privada», no caso associativa, erga no seu espaço um empreendimento cultural e de serviços que orgulhe os seus membros e os cidadãos do país. Temos exemplos no mundo da importância dessas parcerias, faz parte dos bons métodos de governação já que o estado não pode fazer tudo.

UNAP e BJAP Convidam para a exposição alusiva ao 11 de Novembro



Local: Galeria de Maio
(Nas imediações da Loja Wrangler, Livra Lello, Jornal de Angola e Sonangol)

Aberto até as 20:00h
Exposição decorre até dia ao 15 de Novembro de 2008
Entradas: Livres


Artistas plásticos abrem exposição alusiva ao 11 de Novembro

Luanda – Quinze obras de pintura e cinco de escultura, produzidas por membros da Brigada de Jovens Artistas Plásticos (BJAP), estão expostas ao público desde 4/11/2008, terça-feira a noite, em Luanda, no quadro do programa Novembro Cultural, alusivo ao 33º aniversário da Independência Nacional.Intitulada "Estagnados", a amostra colectiva que estará patente até 15 deste mês reúne trabalhos de cinco pintores e três escultores afectos àquela organização juvenil, contendo, maioritariamente, quadros pintados em acrílico sob tela.

António Camuto, Amândio Vemba, Venâncio Ganga (escultores), Fortunato Bangui, Manuel Ventura, Nok Nogueira, Landa Yeto e Sozinho Lopes (pintores) são os autores das obras, cujo foco temático incide sobre as tradições culturais de Angola.

Consta do material exposto os quadros "Expansão a preto e branco", "Uma vida igual a muitas", "Urna transparente", "Heroínas", "Eu e a noite", "O diálogo", "Caçada nocturna", "A decisão do soba", "O segredo da vida", "Crepúsculo", "Reflectindo Angola em tempo de paz", "Mitos da máscara azul" e "Tchenvwa".

"O calicho", "Bonança II", "Cubungula ny cuzongola kuta" e "kudisanga kua ai humu ixi ia n’gola" complementam a exposição, que integra também uma instalação colectiva, contendo instrumentos essenciais à pintura, como tintas, spray, pincel, rolos e régua.

Ao intervir na cerimónia de inauguração da amostra, o representante da Direcção Nacional de Arte e Acção Cultural, Diogo Colombo, referiu que a exposição reveste-se de grande significado, apesar de pequena em termos numéricos, pois apresenta várias sugestões assentes na vivência da população angolana."Recebemos com satisfação a proposta da UNAP e da Brigada Jovem de Artistas Plásticas de realizarem duas exposições no âmbito do programa Novembro Cultural. A nossa função é criar condições para a juventude se mostrar", expressou.

Segundo o também coordenador do programa Novembro Cultural, a sua instituição e o Ministério da Cultura vão continuar a trabalhar para propiciar condições de trabalho aos artistas, reconhecendo "não ser fácil" os fazedores de artes plásticas exporem no país.

"Estamos a trabalhar para normalizar essas dificuldades. Queremos que os artistas dêem a continuidade à formação artística. O Governo está a estudar a possibilidade de abrir um Instituto Médio de Artes. É preciso dar oportunidade, através da escola", comentou.

Referindo-se à qualidade dos materiais expostos, Diogo Colombo confessou não ser entendido em matérias de artes plásticas, daí deixar ao público e aos críticos de artes a missão de avaliar o conteúdo, as mensagens e técnicas apresentadas pelos expositores.

Ainda assim, disse ter ficado impressionado com "as técnicas apresentadas nos quadros, razão porque incentivou os artistas a continuarem a expor com maior regularidade, sobretudo por altura das celebrações de efemérides importantes para o país.

Por sua vez, o secretário-geral da Brigada de Jovens Artistas Plásticos, Fortunato Bangui, disse que a exposição tem por objectivo secundário incentivar a sociedade, mostrando que os "jovens também têm potencial para as artes plásticas".

"Temos aqui algumas obras de pintura e técnicas mistas. A predominância das obras expostas vai para a técnica de acrílico sob tela. Temos em vista um debate aberto entre os jovens, para reflectirmos em volta de uma temática que envolve a juventude", disse.

O responsável lamentou, por outro lado, o facto de até ao momento não terem "um espaço digno" de trabalho, razão porque intitularam a exposição de estagnados. O título tem por objectivo alertar a sociedade para a necessidade de apoiar o trabalho juvenil.

"Temos um projecto aliciante naquilo que diz respeito às artes plásticas. Mas o nosso material de trabalho, incluindo computadores…, estão nas casas dos nossos pais. É complicado, mas ainda assim conseguimos fazer alguma coisa", concluiu.

Fonte: http://www.portalangop.co.ao/

Eclectismo Poético, vens?




Lukeny Bamba



Escutem sons do ALBUM OBSERVADOR AT www.myspace.com/lukenybambafortunato Hoje peeps VAMOS APREsentar Blank ink (CMC, DIAKOTA & BLACK SOLDIER) com a CEREBRO Records ( X da questão, CFK, MURALHA, COOL KLEVER) NICE G & ALARIDOS 21H30 NO ESPACO BAHIA Todas as sextas das 19h AS 20H temos o nosso programa de Rádio na 88.5 Rádio Escola ECLECTICO FM. COM O DJ DA CASA dj DJEFF.... não venham sozinhos, abraços!!! para + info. contactem: 923698432 Espaço Bahia frente as bombas da Sonangol Marginal de Luanda. Paz E FRATERNIDADE

CONVITE ESPECIAL DA EQUIPA DO TANTÃ CULTURAL


Saudações especiais.

Vimos convidar cada um dos nossos leitores e seus familiares e amigos a visitarem, no Museu Nacional de História Natural, a exposição “OS ABISMOS” – uma mostra dedicada à descoberta dos estranhos seres que habitam as regiões abissais, que apenas Paris e Hong-Kong puderam apreciar antes de Luanda.

A expo é organizada pela Total E&P Angola, em parceria com a Fundação Total para a Biodiversidade e o Mar, contando com a colaboração do Museu Nacional de História Natural, cuja directora, Drª Ana Paula Correia Victor, a classificou como “uma mostra espectacular e surpreendente”.

Visitar “Os Abismos” é, com efeito, uma experiência única, inesquecível: ao longo de um túnel mergulhado em escuridão (tal como as profundezas do mar), de quadro em quadro, através de fotos, filmes e espécimes conservados em aquários com formol, vão-se-nos desvendando a abundante e estranha fauna das grandes profundidades oceânicas e o seu habitat, como se estivéssemos a mergulhar num batíscafo que nem Júlio Verne, nem Piccard estiveram perto de imaginar.

Descobrir “Os Abismos” é deparar-se com a maior diversidade de criaturas das profundidades até agora reunidas, graças ao empenho da estudiosa Claire Nouvian, que moveu mundos e fundos para a sua realização.

Aberta de terça a sexta-feira, das 9h00 às 13h00 e das 14h30 às 17h00, e, aos sábados, domingos e feriados, das 10h00 às 17h00. Crianças e estudantes têm entradas grátis; os outros visitantes pagam 500 Kwanzas.
Os fundos conseguidos revertem para a melhoria do equipamento do Laboratório de Taxidermia do Museu e para uma instituição de carácter social.

Não perca este mergulho excepcional rumo a visões e a imaginações inesquecíveis!

POESIA À Volta da Fogueira


Sábado 08 de Novembro
Hora: 17:30
Acesso: Livre
Local: U.E.A.

Lev´Arte e União de Escritores Angolanos
(Organizam todo Segundo Sábado de cad Mês, em 2008, no Quintal da União de Escritores Angolanos “U:E.A.”, a partir das 17:30 um evento de ARTE: Poesia ao ViVo, Música, Teatro, Moda).

www.levarte.bravehost.com
927 00 1780
levarte.angola@gmail.com

Apoios: U.E.A., Instituto Camões - Luanda, Grupo d Teatro Tata Yetu, A nossa Plateia
Realização: Lev´Arte