Viro o bico ao prego desgarrado
Agarro-me com unhas e dentes ao nada
Navego por entre tempestades carregadas de vazio
Pinto sem pincéis ou telas absolutas
Levo as mãos à cabeça desnorteada
Volto-me para o pólo negativo
Agarro-me com unhas e dentes ao nada
Navego por entre tempestades carregadas de vazio
Pinto sem pincéis ou telas absolutas
Levo as mãos à cabeça desnorteada
Volto-me para o pólo negativo
Olho para o interior da bússola desgovernada
Não há rosa-dos-ventos alguma à vista
As direcções estão trocadas do avesso
Os paralelos são agora latitudes oblíquas
Já pouca razão se vislumbra no horizonte
A não ser aquela da consciência ora desmagnetizada
Retiro sentimentos pessimistas da frente
Bloqueiam em demasia a clareza do pensamento
Nem me deixam respirar o senso da criatividade
Prendem-me o prazer da imaginação ao fundo
Abro a luz que me dá passagem
Caminho através de seus raios para a libertação
Vou sem vacilar em bicos de pé ao longo da linha
Tento evitar o desequilíbrio da mente avulsa
Baloiço ao sabor de ocultas vistas ciosas
Fico tímido ao ponto de não me reconhecer
Somente me recordo de minha imagem ao espelho
Lembro que há muito não sou o mesmo
Desencorajo a minha própria disputa com a sombra
Desincentivo lutas com o auto-orgulho exacerbado
Desentendo-me por vezes com qualquer gesto meu
Seja feito por boa vontade ou de forma intencional
Jamais há necessidade de magoar sensibilidades alheias
Persisto em aprender o respeito com os erros e as virtudes
Vivo a vida viva pela Vida...
Na Carne, em Espírito e pela Alma Universal...
Escrito em Luanda, Angola, por Manuel de Sousa, a 24 de Junho de 2009, em Dedicação a todos Aqueles e Aquelas que criam conscientemente, sem qualquer condição ou preço, para engrandecimento evolutivo e para o bem estar colectivo da Humanidade...
Sem comentários:
Enviar um comentário