sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Literatura e Política

Na nossa compreensão do mundo, colocamos em destaque a Palavra e os processos de exteriorização por ela determinados. É pela Palavra que interpretamos, formulamos juízos, debatemos e pensamos a nossa realidade. Estas dimensões colocam-se no centro dos campos da literatura e da política, nos quais se particularizam as actuações e as produções literárias dos escritores contemplados no presente colóquio.
Com o propósito de questionar o Ocidente como uma unidade histórica, cultural, social e política, propomos que esta análise se desenrole nas percepções globais e locais, desde a experiência portuguesa às respostas que vêm de contextos não ocidentais. Dos mundos que experimentaram a colonização europeia chegam-nos, pois, noções e interpretações deste mesmo Ocidente que importa conhecer em prol de um melhor entendimento da nossa contemporaneidade e de um aprofundamento do diálogo entre os diferentes universos civilizacionais que instituem a humanidade.
Há vozes de um escritor angolano neste colóquio. E o Ocidente nas palavras do Outro, o Outro nas palavras de Uanhenga Xitu não serão esquecidos.

Poesia de Neto triunfa no Prémio Sonangol Revelação 2008

A obra "Neo-realismo na poética de Agostinho Neto", da autoria de Júlia Talaia venceu o prémio Sonangol Revelação 2008, anunciou segunda-feira, 08/12, o presidente do júri, Abreu Paxe, em conferência de imprensa realizada na União dos Escritores Angolanos (UEA).

De acordo com o corpo do jurado, atribuiu-se o prémio a obra por relacionar a poesia de Agostinho Neto com movimentos estéticos dominantes da época, dos quais o poeta terá colhido muita influência (tratam-se do neo-realismo e da negritude).

Abreu Paxe, referiu que o concurso contou com a participação de 52 títulos, dos quais 29 afastados por não obedeceram aos requisitos estabelecidos no regulamento.O valor atribuído ao prémio literário “Sonangol Revelação” é de 10 mil dólares.

Segundo o regulamento, o prémio será bienal e as obras em concurso deverão ser entregues até ao dia 30 de Outubro do ano anterior ao concurso, na União dos Escritores Angolanos.

A cerimónia de entrega do prémio literário “Sonangol Revelação”, terá lugar dia 25 de Fevereiro de 2009.

O prémio literário ”Sonangol Revelação“, é instituído pela Sociedade Nacional de Combustíveis (Sonangol) para distinguir obras literárias ou de investigação, de escritores angolanos, sem qualquer obra publicada.


Fonte: www.tpa.ao

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Sonangol Comemora 33º Aniversário com Literatura em Alta


O programa alusivo ao 33º aniversário da Sonangol, conheceu ontem, 25/02/09, o seu ponto mais alto com a realização de actividades institucionais diversas em saudação a data. Em Luanda, foi realizada uma Conferência de Imprensa, entrega do Prémio Revelação a escritora Júlia Talaia (membro do Lev´Arte) com a obra "O Neo-Realismo na Poética de Agostinho Neto" e apresentação do Grande Prémio Sonangol de Literatura bem como procedeu-se a inauguração do laboratório central. Em Malanje, o dia foi marcado pela inauguração de dois Postos de Abastecimento de grande porte, enquanto que, na cidade do Lubango, os trabalhadores da Territorial Sul sentaram-se a mesa e reflectiram sobre a trajectória da empresa. Mais informações em próximos serviços noticiosos.

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Assista Poesia Ao ViVo em Luanda


O Movimento Lev´Arte realiza eventos cada vez mais próximo de si, para mais informações ligue para o telefone da arte 927 00 17 80.

Conversa com Waldemar Bastos


Angola ainda é a sua namorada

Com 40 anos de carreira Waldemar Bastos falou com o Factual sobre o seu percurso profissional, passando por alguns dos momentos mais marcantes da sua vida não esquecendo os instantes difíceis e os mais jubilosos.


Rita Pablo

Numa conversa amena num dos grandes hotéis da cidade o Factual encontrou-se com o músico algumas horas antes do concerto no cine tropical, onde Waldemar Bastos comemorou os seus 40 anos de carreira.

Nasceu em 1954 na fronteira entre Angola e o Congo e cedo foi para Cabinda com os seus pais. Aos oito anos o músico, de uma forma prematura, começou a dar os seus primeiros passos cantando e tocando. Em casa sempre foi apoiado, aliás Waldemar recorda seus pais de uma forma saudosa pois afirma que estes “nunca me castraram, antes pelo o contrário apoiaram-me e naquela altura ter um filho músico não era fácil”.

Depois de ter estado em Cabinda foi para o Huambo onde ficou até cerca dos 18 anos, lá estudou e, como não poderia deixar de ser, não deixou a música. Cantou, tocou e popularizou-se nesta cidade do sul. No entanto, foi preso pela PIDE e lá, apesar do sofrimento e das pressões conheceu o valor da humanidade. “A mulher do carcereiro às escondidas dele conversava comigo. Casou enganada a achar que ele era guarda dos Caminhos-de-ferro de Benguela e, quando soube o que ele era e que batia em nós, mostrou coragem e um sentimento humano ao falar comigo ”.

Quando parte para Luanda longe dos pais e irmãos e sem comunicação com eles, sente-se perdido. No entanto, não desiste e continua a furar o mundo da música. Mas Luanda tornou-se para este cantor demasiado pequena. “Aqui tinha havido guerra, por isso havia outras questões primárias a serem tomadas em conta antes de se apostar na música, é normal”.

Vai para Portugal em 1982, viaja depois para Alemanha e logo de seguida o “nómada cantor” parte para o Brasil onde conheceu alguns músicos entre os quais, Chico Buarque, João do Vale, Elba Ramalho, DJAVAN e Clara Nunes. Com estes cantores integra o Kalunga Projecto. Ainda no Brasil a editora Emi-Odeon convida-o a gravar o seu primeiro álbum “Estamos Juntos”. A partir daí a sua carreira tornou-se emergente. Em Lisboa grava o seu segundo álbum “Angola Minha Namorada” em 1990, e “Pitanga Madura” em 1992. Em Nova Iorque no ano de 1997, a convite de David Byrne da Luaka Bop, Waldemar Bastos grava “Pretaluz” com Arto Lindsay. O “Renascence” foi o seu último álbum onde a mistura dos ritmos africanos e europeus ecoa. Waldemar adiantou que está a trabalhar num álbum “ Estou a fazer um trabalho de músicas de Angola tradicionais produzidas a um nível erudito.” E, para além deste novo trabalho, o artista deixou trespassar que uma obra biográfica também está a ser escrita, mas ainda sem data de lançamento.

Quanto aos momentos que lhe marcaram, o músico não hesita em realçar a homenagem e reconhecimento que os EUA tiveram ao atribuírem-lhe o Award for the Emerging Artist of the Year, o facto de ser um dos fundadores da união dos artistas e compositores angolanos e relembra também o prémio Capitães de Abril.

O seu objectivo será regressar ao seu país e apenas aguarda por reunir condições para tal, afinal Angola continua a ser a namorada de Waldemar Bastos.

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

O CARNAVAL ESTÁ AÍ MINHA GENTE



carnaval 2009 unidos de vila maria


Vila Maria brilha com samba sobre dinheiro em ano de crise mundial
Scheila Carvalho mostrou preparo e boa forma à frente da bateria.Carros de grande porte e fantasias elaboradas encantaram público.

Scheila Carvalho desfilou como madrinha da bateria (Foto: Raul Zito/G1)
A crise financeira mundial não diminuiu o brilho da Unidos de Vila Maria na madrugada de sábado (21), primeira noite de desfile das escolas de samba de São Paulo. A agremiação driblou os recursos escassos que são uma constante no carnaval e agradou o público em um desfile animado, com muitas cores e realizado dentro do tempo previsto.

Veja fotos do desfile da Vila Maria
Confira todos os enredos das escolas

Desde 2005, a escola tem ficado entre as cinco primeiras do carnaval, mas ainda busca o primeiro título de campeã do carnaval. Em 2008, a diferença entre a Unidos de Vila Maria e as escolas campeãs foi de 0,25 ponto.

Imprima a tabela e dê sua nota aos desfiles


A Vila Maria apostou no enredo "Da sobrevivência ao luxo. Da ilusão à alucinação. Dinheiro, mito, história e realidade" para conquistar seu primeiro título. O enredo, que foi ideia do presidente da escola, Paulo Sérgio Ferreira, exigiu dois anos de pesquisa do carnavalesco Wagner Santos.

Veja vídeos da Unidos de Vila Maria

Veja fotos da primeira noite de desfiles
Não faltaram cores, carros altos e muito dourado nas fantasias e alegorias que contaram como evoluíram as moedas, desde o escambo até o cartão de plástico. Cada um dos cinco carros alegóricos da escola teve o tamanho equivalente a dois, porque eles estavam acoplados.

Com cinco alegorias, a escola apresentou no carro abre-alas "Tão rico quanto creso" o Império Lídia, onde foi inventado o dinheiro. No segundo carro, "Cavaleiros do comércio, os templários", mostrou aqueles que foram considerados os primeiros bancários. Os cavaleiros emprestavam dinheiro e cobravam juros. A "Família Real Portuguesa" foi o tema do terceiro carro, registrando a chegada do sistema financeiro ao Brasil. O quarto carro, "Dinheiro forte na mão do povo", foi desenhado para mostrar a força do dólar. O último carro tratou do "Dinheiro do Futuro", representado pelos cartões de plástico.

Saiba mais:








Se a escola encantou o público com seus carros de porte e fantasias bastante elaboradas, não deixou por menos quando o assunto eram suas musas. A dançarina Scheila Carvalho se exibiu como madrinha de bateria da escola. A rainha Rita Jorge rivalizou em elegância e preparo com as demais musas da agremiação.

A Vila Maria desfilou com 5,4 mil componentes, divididos em 27 alas e cinco carros alegóricos. Na bateria, Mestre Mi comandou 250 ritmistas para agitar o Anhembi. E no que diz respeito ao figurino, a bateria se apresentou dividida em fantasias pretas e brancas, para representar os aspectos positivos e negativos do dinheiro.
O desfile terminou sem atrasos. Entretanto, o terceiro carro da Unidos de Vila Maria causou um certo estresse aos membros da escola. Ao sair da avenida, o carro “empacou” na concentração e os componentes que o empurravam não conseguiram fazer com que ele seguisse. A escola teve que chamar mais pessoas para, enfim, seguir sem grandes problemas e aguardar as notas que serão divulgadas na terça-feira (24

Lançamento do Livro “O Neo-Realismo na Poética de Agostinho Neto”

A União dos Escritores Angolanos e o Movimento Lev´Arte têm a honra de convidar V. Exa. Para o lançamento do livro “O Neo-Realismo na Poética de Agostinho Neto” da escritora Júlia Massoxi da Costa Talaia, vencedora do Prémio Sonangol Revelação 2008, a ter lugar no dia 06 de Março de 2009 (sexta-feira), pelas 18H00.

Local: União dos Escritores Angolanos
(Junto ao largo das Escolas)
Confirme já e, honre-nos com a sua presença.

Tel. 927 00 17 80
e-mail: levarte.angola@gmail.com

A Irreverência de Yannick Ngombo


O músico Yannick Ngombo alcançou recordes nacionais pela comercialização de 15 mil cópias do seu álbum de estreia, intitulado "mentalidade". Yannick arrastou, no estádio dos Coqueiros, em apresentação oficial, cerca de 22 mil fãs, que vibraram, energicamente, ao longo do espetáculo. É o músico do momento e a sua irreverência conduziu-nos à análise que se segue.

N'vunda Tonet

O contacto preliminar em direcção aos propósitos musicais de Yannick começou pela difusão de letras como "ta calor", na velocidade do candongueiro no ritmo das discotecas e nas festas de quintal. A simpatia que granjeou, desde então, supôs que o resultado artístico não tardar. Ledo engano.


Os amantes da música de intervenção social tiveram de se despir da paciência humana e aguardar por treze anos. O sacrifício registrou dois recordes nacionais: a enchente na venda e participação popular no primeiro espetáculo.


O artista usa a liberdade de expressão como resultado da actividade imaginativa que tem um longo período de caracterização mental, tal como recorda Vigotski "Toda actividade imaginativa tem sempre uma longa história atrás de si. O que chamamos criação não costuma ser que um catastrófico parto em conseqüência de uma longa gestação".


A construção melódica configura a demonstração inequívoca e sublimar do conjunto de sentimentos, atitudes e modo de estar na sociedade de um visionário desmedido. Enquanto agente social é propedêutico resumir o alcance das mensagens contidas no álbum "mentalidade".
Os amantes da música, revêem-se nessa construção, classificando como verdadeira e comum. Por uma série de perturbações anímicas, as pessoas notam, neste álbum, algo que faltava nas suas trajectórias. Uma ponte de diálogo servirá em curto espaço de tempo para sensibilização social nas campanhas em curso no país.


É imperioso observar que a persistência do seu autor, fez carregar para as composições uma plêiade de temas do dia-a-dia que perpassam pelos anéis da sociedade, ou seja, desde o pedreiro, lavador, construtor, enfermeiro, taxista, estudante ao empresário, gerente bancário, ministro.
Numa entrevista concedida à imprensa nacional, o músico assegurou as suas letras estarem na alçada do seu percurso enquanto pessoa. Este aspecto gnosiológico espelha, nitidamente o reconhecimento memorável da sua sinceridade.


Em jeito de tempestade moral, a intervenção musical de Yannick Ngombo revela a observação participante de um indivíduo que analisa a conjuntura social de maneira directa e exógena, expressando as emoções da sociedade angolana que, apesar dos índices de crescimento alcançado nos últimos tempos, ainda se desconhece socialmente.


Quando se ouve o álbum "mentalidade" deve-se despir de convencionalismo e estereótipos, focando unicamente a vigilância na descrição moral da pretensão do autor, que é convocar os intervenientes sociais para uma profunda reflexão em torno das nossas vidas ou em última síntese da perspectiva cívica da conduta humana.


BREVES

Literatura – Na sequência das correntes d´escrita que decorreu de 11 a 14 de Fevereiro na Povoa do Varzim, Portugal, a editora caminho promoveu em Lisboa entre os dias 16 e 19 do mês em curso, um encontro com os escritores da nova vaga da literatura brasileira. Os escritores brasileiros, Amílcar Bettega, João Paulo Cuenca e Daniel Galera foram recebidos pelos homólogos portugueses Jose Luís Peixoto e Gonçalo Tavares e pelo angolano Ondjaki. De acordo com uma nota de imprensa da Editora Caminho, o encontro serviu para os leitores se informarem do que se passa de novo na literatura portuguesa nos dois lados do Atlântico.

Projecto – O historiador Simão Souindoula esteve presente na reunião do Comitê Cientifico Internacional do Projecto da Unesco "Rota dos Escravos" que decorreu de 17 a 19 de Fevereiro em Paris, capital de França.


Participaram do encontro 20 especialistas de diversas nacionalidades, sendo Angola representada pelo historiador Simão Souindoula. No encontro, os especialistas abordaram os "novos eixos" de desenvolvimento dos programas e foram igualmente propostos, pelos peritos da Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura, a realização de actividades de carácter memorial, documental, lingüístico e antropológico.

Vamos Dançar ao Carnaval


A maior manifestação cultural de Angola inicia no dia 22 de Fevereiro com o desfile da classe infantil. Os grupos carnavalescos aclimam por estratégias, no intuito de levar a Marginal, folia, alegria e animação. A organização resolveu, para a presente edição, homenagear a União Mundo da Ilha de Luanda e os Associados do Kamundai do Kwanza-Norte.


Nvunda Tonet


Horas separam-nos da maior manifestação cultural. Em todo o país, ultimam-se os preparativos para que tudo corra da melhor forma. O Ministério da Cultura, através da Direcção Nacional de Acção Cultural colocou à disposição dos intervenientes as condições financeiras e técnicas, com intuito de garantir uma edição pomposa e exemplar.


Os primeiros a subirem ao solo serão as crianças (classe C), no dia 22 de Fevereiro. Os adultos das classes B e C terão a oportunidade de demonstrar o seu valor no dia 23. O desfile central da classe A ocorrerá no dia 24 de Fevereiro.


Para a 31 ª edição do carnaval, a organização programou grandes novidades no domínio gráfico, da qual se destacou a publicação, a 18 de Fevereiro, da revista e a homenagem aos grupos União Mundo da Ilha e Associados do Kamundai do Kwanza-Norte.


A homenagem aos grupos carnavalescos no decorrer do Entrudo na óptica de especialistas na matéria dinamiza a competição e desperta os intervenientes no reconhecimento da sociedade e de Estado em prol da continuidade cultural.


Um dos aspectos que contaram para a nomeação destas agremiações foi o facto de, ao longo destes anos de Carnaval, conservarem a essência da festa, na qual se observa a dimensão cultural das suas regiões, caracterizada por hábitos e costumes das suas populações, desde a indumentária ao estilo de dança, numa altura em que os efeitos da influência externa se refletem compulsivamente.


Nesta edição, as delegações provinciais receberam, antecipadamente os tecidos e o dinheiro, à excepção do Kuando-Kubango, devido à dificuldade na comunicação com a delegação local.
Segundo Carlos Vieira Lopes, director nacional da acção cultural "embora grupos tenham reclamado o atraso na entrega dos apoios da parte da Direcção de Acção Cultural, é preciso esclarecer que tal deveu-se à demora na saída dos tecidos e de outros materiais do Porto. Agora que o problema está resolvido, decidimo-nos, também a apoiar logo que possível, os grupos com adereços como quedes e chapéu".


A contar pelos preparativos, teremos uma manifestação cultural com nova roupagem social, abrangente e participativa, principalmente da sociedade civil e dos patrocinadores. Isto permitirá que os grupos carnavalescos criarem a sua base de sustentação e deixarem de depender, inteiramente, do subsídio de Estado.


A intenção dos organizadores do Carnaval é de tornar a competição mais rentável em todos os domínios. Neste sentido, realizaram-se em Benguela, Cabinda, Namibe, Cunene e Luanda seminários de capacitação para os agentes culturais, com intuito de fortificar as iniciativas e diversificar a qualidade temática.


Vamos dançar ao carnaval com alegria, folia e vivacidade.

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

A 1ª Mostra de Teatro Internacional de Oeiras, Portugal

MITO
Pesquisa Pré-Produção


Andreia Santos

A Câmara Municipal de Oeiras, em co-produção com a Companhia de Actores e os SMAS de Oeiras e Amadora, vai realizar de 3 a 13 de Setembro de 2009, a 1ª Mostra Internacional de Teatro de Oeiras, Portugal.

Nesta 1ª edição a Mostra terá um carácter lusófono. Nesse sentido, e em fase de Pré-Produção estamos a reunir todas as informações possíveis sobre grupos oriundos de Moçambique, Cabo Verde e Angola, cuja forma de expressão seja a língua portuguesa.

MITO invoca a multiplicidade artística, incluindo espectáculos nas diversas áreas como: Teatro, Teatro Circo, Teatro Dança, Teatro Infantil e Performance.

Aos grupos interessados pedimos que enviem um e-mail para cda.andreiasantos@gmail.com com as seguintes informações:

· Currículo do grupo (sucinto)
· Descrição da peça candidata
· Ficha Técnica
· Rider de lua;
· Rider de som;
· Imagens do projecto

NOTA: o envio destas informações não implica obrigatoriedade de participação, sendo esta consolidada através de convite.

Mais Informações: (+351) 21 417 03 78




terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Convite Para o Evento de Poesia ao ViVo com o Lev´Arte e Convidados


No âmbito do Programa das Comemorações 20 Anos Chá de Caxinde, a Associação Cultural e Recreativa Chá de Caxinde e o Movimento Lev´Arte têm a honra de convidar todos os amantes e fazedores de artes para assistirem no Dia 19 de Fevereiro, 18,30 horas no Nacional Cine Teatro à um grande evento de Poesia ao vivo com o Lev´Arte e convidados.

UNIR PELA CULTURA

Esperamos por si, confirme a sua presença ligando para o número 927 00 17 80

O Escritor Luís Rosa Lopes Prepara-se Para Lançar o Seu Mais Recente Livro de Contos

UMA MARIA JOAO E UNS KNUNCA
Kardo Bestilo

O escritor Luís Rosa Lopes prepara-se para lançar o seu mais recente livro de contos “UMA MARIA JOÃO E UNS KNUNCA”. De acordo com o escritor, Luís Rosa Lopes, estão já criadas todas as condições para no dia 14 de Março de 2009, as 17h00 na União dos Escritores Angolanos, fazermos acontecer.

O livro virá ao mundo sob a apresentação da Drª Katia Frazão e é prefaciado pela Drª Ana de Sá.

Lê-se na contracapa “Para compreendermos e contextualizarmos muito dos temas desenvolvidos na obra, há que entender ao facto de Uma Maria João e Uns Knunca ser uma colectânea de contos escritos entre 1982 e 2005. As datações dos contos agora publicados são expressivas para percebermos as condições por que passavam as populações angolanas nas décadas de 80 e 90 do século XX, em especial as habitantes da cidade, que apenas surge como Luanda no conto (Luanda 2050)” de acordo com Ana de Sá.

Portanto, não fique distraído(a) e agende já o seu segundo sábado do mês da mulher (Março) para não perder a oportunidade de adquirir um exemplar das letras e palavras de Afrika e ter também a oferta de um autografo do escritor Luís Rosa Lopes no dia 14 de Março de 2009 as 17h00.

Confirme hoje mesmo a sua presença ligando para o número (00244) 927 00 17 80.

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

558 ANOS NA HUMANIZAÇÃO DO HOMEM

Patrício Batsîkama

A evangelização de Angola começou em 1491, precisamente em Abril. Passaram exactamente 558 anos para que o nosso país receba, pela segunda vez, o Santo Padre. Já que estamos no “Ano Paulino”, lembremos que a expedição sob égide do capitão Rui de Sousa para evangelização de Angola encostou em Pinda numa Terça-feira, dia 15 de Março de 1491 (de acordo com Rui de Pina). Alguns cronistas defendem que seria na noite do dia 16 ou seja na madrugada de dia 17 de Março. De qualquer forma, não será por acaso que a administração papal escolheu o dia 16 de Março (sic!), neste “Ano Paulino”, ano da evangelização. Decerto que se trata de uma visita simbólica, resolutiva e, acima de tudo, evangélica: é uma visita para reflectirmos e discernimos.

Na verdade, a origem da Globalização partiu dos anos 1480-1520 (Grunziski: 1999) com as expedições autorizadas pelas Bulas Papais. Decerto, o Santo Padre Papa Bento XVI vem com a mensagem da “Evangelização” (Ano Paulino) ou seja na “conexão e Humanização de povos”. Ciente desse factor, realiza-se este “encontro” para repensar nessa tão elogiada Missão da Humanização do Homem: os instrumentos religiosos e pedagógicos, a eficiência do professorado e da disciplina contribuem decididamente na formação do indivíduo, tornando-lhe humano. Essa contribuição tem suporte social, político, cultural e económico para a sua perfeição. E quando o Cristo declama que “ao Deus o que é ao Deus, ao César o que é ao César”, acreditamos que o Político, o Cultural, o Económico… cada um fará o seu melhor. Esse Encontro é uma prova indubitável.

São doze esculturas como reza a concretude da missão apostólica, entre as quais duas serão leiloadas; haverá também pinturas. As obras propostas para ao leilão constituem um discurso estético relativo a Missão Papal da evangelização (Ano Paulino) tanto como lembram-nos a tarefa monumental que é a Humanização do Homem, a fim de criarmos uma sociedade cada vez mais harmoniosa, coerente e preparada para os novos desafios.

Leilão no dia 18 de Fevereiro

Kamba dieto dia kidi,

Etona levará duas das suas escultura na Gala para angariar fundos a fim de receber o Papa Bento XVI. Abaixo estão os textos e as obras que serão leiloadas. Divulguem para todos

Atentamente,

Instituto Etona

Tel: 919940856
e-mail: ietona@yahoo.com
http://www.institutoetona.com/




ORAÇÃO
Patrício Batsîkama

Esta obra foi concebida numa substância que serviu de suporte de caminho de ferro, isto é, tem um aval histórico e o seu valor estético museográfico realce em primeira mão.

«Bellum omnium contra omnes» (Thomas Hobbs), logo a criação das coisas belas parte duma auto-reflexão face a insaciabilidade que a natureza oferece. «Deus criou o mundo e viu que o mundo era agradável», lemos no livro de Génesis. Porquê um Deus (ou seja homem) perfeito, suficiente e que não falta nada vai criar? Parece que só é belo (agradável=arte), aquilo que não se insinua. O que justificaria que a criação do Homem resulta do plano de Deus na sua própria salvação.

A inteligência humana sendo ilimitada prova ipso facto a grandeza do Homem como “criação” de Deus, essencialmente superior a existência material. A mitologia muntu-angolana promulga a beleza como condição do bem, embora este esteja superior a primeira. A beleza é a natureza na sua diversidade composicional cuja sensação pertence ao espírito. A vida humana vai além do corpo físico porque pertence a Deus. Por isso, o Homem natural sente-se necessidade de rezar por que é “criação”. Em línguas angolanas o homem significa ao mesmo tempo o que é bom, correcto: thù segundo Barbosa, significa «condição (estado ou característica) do ser humano» e ao mesmo tempo «bondade, humanidade» (Barbosa: 1989,p.608).

Oração sendo o cordão umbilical entre Deus e Homem, a obra constitui, de acordo com seu autor, as “boas-vindas desejadas pelos Angolanos ao Santo Padre e, ao mesmo tempo, uma rogação de bênção.



NTOYO
Patrício Batsîkama

«Ñtôyo» é o designatum duma ave que, reza a Tradição Angolana, não é-lhe permitido falar”.

Duas cabeças com observatório discrepante, com narizes ligeiramente desfeitas, orelhas fugitivos e, sobretudo, bocas desfeitas. A peça apresenta uma ambivalência de dois pontos diferentes, duas visões divergentes, dois objectivos distintos. Geralmente a rixa natural que essa condição proporciona permite que haja desenvolvimento, a condição de respeitar-se mutuamente. Ora, pelo egoísmo humano, as opiniões de um são minimizadas pelo outro: dai a razão das bocas destruídas e orelhas fugitivas. Tudo isso resultaria na falta de discernimento: narizes ligeiramente desfeitas!

Tomas Aquino é da opinião que: «omnis nostra cognitio originalite consistit in notia primorum principiorum indemostrabilium. Horum autem conitio in nobis oritur a sensu», (Tomas Aquino, De veritate, Q. X, a.6), quer dizer, «todo o nosso conhecimento tem originalmente por fundamento a evidência dos primeiros princípios indemonstráveis; ora o conhecimento desses princípios nasce em nós da sensação». Com isso, as divergências só podem assim ser porque existe um ponto convergente, mesmo não for o objecto de observação.

A desigualdade fisionómica entre as pessoas leva-lhes a mentalizar outras desigualdades reais e irreais; as diferenças ônticas pessoais fomentam e cimentam as diferenças sociais de modo que até a “educação” praticada serve de instrumento da continuidade das diferenças. E tudo passa-se normalmente: os fortes são respeitados e nessas relações são coroadas pelos valores (honra, misericórdia, coragem, por exemplo); os fracos lutem para uma possível ascensão e ganhem, com isso, valores semelhantes (dignidade, bravura, constância por exemplo). A luta das classes que origina das ansiedades subjectivas perante as circunstâncias, confunde-se com a luta comum de atingir a felicidade que, na verdade, não pode ser motivo duma vaidade individual. A meta (felicidade) é atingida graças aos múltiplos intervenientes directos e indirectos, visíveis e invisíveis, imediatas e mediatas. Contudo, não existe de êxito sem apoio: é de todos que vem o nosso sucesso, tal diz a peça, embora que o cenário social esteja pintado das diferenças.

A peça combina relativamente com a filosofia que defende o autor: etonismo, filosofia da Razão Tolerante que consiste na destruição da sociedade em seus constituintes: Eu, Tu e Ele, para redefini-los a fim de compreender as suas divergências e (re-) construir uma nova Harmonia (neo-harmonia) a partir das divergências como a definição relacional. Tal foi a atitude do Papa Pio XII e tal é, também, a síntese para o “Ano Paulino”.

RAP ANGOLANO DEVOLTA AO TOP


A LS produções realizou dia 7 de Fevereiro, no estadio dos Coqueiros, o grande show do grupo angolano de rap "Os Afroman". Quem vive em Luanda e conhece a dimensão que é o estadio dos coqueiros, certamente ao tomar conhecimento da realização deste show, perguntou-se: "show de Rap num estadio de futebol?" que maluquice é esta?, é, seria maluquice se a historia tivesse começado ai, mas antes e no passado dia 21 de Dezembro, Afroman ou melhor Yanick, causou a maior enchente ja mais vista para a compra de um cd, chegou a superar todos os recordes, vendendo num só dia mais de 17mil copias do seu disco mentalidade.

Em alguns foruns comentava-se que aquela confusão nas vendas do Yanick foi fruto de uma desorganização por parte da LS Produções, por não se ter posto na hora certa policiamento suficiente, nem as grelhas que meteriam em ordem o publico, ao exemplo das vendas dos Kalibrados que tambem deve bastante aderência, mas no entanto todos perfilados. Até a altura em que me deslocava para o show dos Afroman, concordava com tudo isso, mas posto lá a proesa repetiu-se, so que desta vez estava tudo muito bem organizado até ao detalhe em que só entrava camaras digitais nas mãos de quem tivesse passe de imprensa, desta vez argumentos de falta de organização, soam a inveja.

Meus senhores e minhas senhoras, trata-se de um inedito em Angola e de certeza para toda a lusofonia, o jovem que responde com o nome de Yanick Ngombo teve a ousadia de realizar um show de rap num estadio de futebol, foram comercializadas entradas para as relvas e para as bancadas e em todos os cantos o recinto esteve cheio.

A LS produções foi bastante ousada na realização deste show, investiu 620 mil dólares num show de rap angolano, (foi preciso mesmo ter bastante confiança e crença, graças a Deus 49 mil bilhetes foram vendidos uns ao equivalente a 25 dólares, e outros a 40 dólares, multiplicação que confirmou ser possivel investir no hip hop angolano, estamos a falar em milhões de dólares num show de rap Angola.

Não lembro-me de algum show de cantor americano em Angola que tenha enchido tanto quanto este, nem mesmo o do Jay-z, busta rhymes, Wyclef Jean ou Ja Rule, As fotos não deixam mentir, houve desmaios, mas para estes casos ambulancias estavam prontas a socorrer, água para os sufocados de calor e um recheado buffet para o pessoal da area vip.

Agora já não fará sentido para muitos cantaram afirmando serem o "número um", esta bem patente a quem pertence este lugar, mas Yanick prefere ser o numero três, é menos cobiçado, como diz na sua música. Mas o show não teve só Afroman, a Army Squad não deixou mal os seus fãs que manifestaram-se felicidade quando estes cantaram em acapela, confirmando assim que "O people gosta da army", outro momento que mereceu o reconhecimento do público, foi a performance do BIG NELO, o "zero" traduzido em princípio deste grande império que é o hip hop angolano, foi muita carga, "mudei cabeças de muitos, chamem-me o necessário" o povo cantou bem alto esta parte.

A LS produções esta de parabéns, o Yanick merece de todos os que fazem e gostam desta cultura hip hop o maior respeito, a juventude angolana esta de parabéns por valorizar o que é nacional. o Hip hop está de parabéns!!!!!, o rap angolano esta de volta ao top, "bom dia para o Kuduro, desculpem mais quem manda no block é o RAP"

Publicado no blog: www.dinocross.blogspot.com








sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Homenagem aqui e agora a YANNICK AFROMAN







Yannick Afroman, o responsável pelo encerramento da portaria da Música – Cine Atlântico devido a enchente que se fez presente na venda do seu primeiro CD (caso para dizer YANNICK, YANNICK trás azar...se fosse nósssssss), vê consagrada na noite do dia 6 de fevereiro de 2009 toda sua popularidade e a grande aceitação das sua mensagens em forma de música.

Com um Cd, recentemente lançado para o mercado discográfico, Yannick é detentor dos seguintes feitos:

1- Maior enchente para compra de um CD em Angola
2- Responsável pelo encerramento da portaria da música do Cine Atlântico
3- Maior enchente para assistir um espectáculo de músico angolano, superando assim Paulo Flores.
4- O Maior numero de desmaio por parte da ASSISTENCIA, jamais visto em Angola.
5- A Maior fila (bicha) para acesso ao recinto do Show...

Só para citar alguns dos feitos deste Rapper....SE FOSSE NÓSSSSSSSSS

Por tudo isto a minha homenagem aqui e agora a YANNICK AFROMAN


Pula do BO

Escritor Wladimiro Cardoso lança "Viagem Doméstica" sábado no Largo da Independência

Luanda - Um livro de citações e crónicas, do jovem escritor e estudante de economia, Wladimiro Cardoso, intitulado "Viagem Doméstica" vai ser lançado sábado, no Largo da Independência, numa promoção da "LS - Produções", soube hoje a Angop, em Luanda.


Segundo uma nota de imprensa distribuída hoje, quinta-feira, pelo autor, o livro (o quinto de sua autoria) de 40 páginas que retratam a angolanidade, vai ser vendido ao preço de mil e 500 kwanzas, simultaneamente, no parque do Largo da Independência, supermercados Jumbo, Intermarket, shopraites, Universidades Lusíadas e Independente e em algumas salas de teatro e restaurantes de Luanda.


Sem mais detalhes sobre a sessão de lançamento de "Viagem Doméstica", Waldemiro Cardoso refere que depois desta obra literária "retornarei para o mundo da musica, com um single, em Setembro próximo, de estilos Pop, Rap e Kuduro".


Wladimiro Cardoso estreou-se na galeria dos músicos nacionais em 2004, com o lançamento no mercado angolano de mil cópias do seu primeiro disco denominado "Um Dia", de estilos variados.
Fonte: Angop

Obras de Ruy Duarte de Carvalho trazem "sempre" algo de novo


Luanda – O investigador angolano Nelson Pestana afirmou hoje (quinta-feira), em Luanda, que as obras de Ruy Duarte de Carvalho trazem “sempre” algo de novo, tanto no seu conteúdo como na sua temática, por ser um observar atento as constantes as mudanças que se registam no mundo.

O investigador fez essa afirmação numa palestra em homenagem ao escritor angolano Ruy Duarte de Carvalho, realizada no Instituto Camões.

Para Nelson Pestana, o talento do Ruy, também considerado “o homem dos sete ofícios”, é inquestionável, tanto como desenhista, poeta, cineasta, antropólogo ou como ficcionista.

Segundo a fonte, o cineasta é um intelectual que se afirma e se percebe e tem marcado a sua geração com as suas reflexões laboriosas.

“Ruy Duarte de Carvalho é um intelectual que insiste em olhar o mundo, não propriamente para o ver, mas para compreender qual o nosso lugar nele e, por este atalho, tentar perceber o seu lugar em tudo isto”, acrescentou.

Para o também crítico literário Nelson Pestana, as obras do escritor devem apreciadas na sua essência. Tendo reconhecido merecida a homenagem a uma figura que sempre deu o seu melhor para as artes angolanas.

Por sua vez, Américo Correia Oliveira, também palestrante, parabenizou a Associação Chá de Caxide e o Instituto Camões por honrarem com este ciclo de palestras um filho de Angola que deu e dá o seu melhor pelo país”.

A fonte aconselhou a preservação e realização de estudos sobre obras de Ruy Duarte de Carvalho e de outros artistas nacionais.
Fontes: Texto - Angop e Foto - Lev´Arte

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Não Perca o Ciclo de Conferências, Debates e Poesia Ao ViVo


O Instituto Camões, a Associação Cultural e Recreativa “Chá de Caxinde” e o Movimento Lev´Arte têm a honra de convidar V. Exa. a participar do Ciclo de Conferências, Debates e Poesia Ao ViVo em homenagem ao escritor Ruy Duarte de Carvalho, a realizar-se no Auditório Pepetela, Instituto Camões - Centro Cultural Português nos dias 11 e 12 pelas 16horas, entrada livre.

Conferências, Debates e Poesia Ao ViVo


Antropologia, História e Imagem
11 de Fevereiro
quarta-feira, Auditório Pepetela, Instituto Camões-Centro Cultural Português,
16h, entrada livre

Literatura e Poesia ao ViVo
12 de Fevereiro
quinta-feira, Auditório Pepetela, Instituto Camões-Centro Cultural Português,
16h e 19h, entrada livre


Avenida de Portugal, nº 50, Telefones: 222 390545 e 927 00 1780

Aberta exposição de Ruy Duarte de Carvalho





Luanda – Um ano depois de ter sido inaugurada em Portugal, a exposição "Essa Maneira de Convocar Tudo" "abriu-se" hoje, terça-feira, ao público luandense, no Instituto Camões, onde estarão à mostra, até 20 de Março, vários produtos culturais produzidos pelo antropólogo angolano Ruy Duarte de Carvalho.

Exposta no âmbito da jornada cultural dedicada àquele ilustre homem de cultura, a colecção, que faz uma "abordagem caleidoscópica à totalidade da obra" do também cineasta, "arrastou" à sessão de abertura oficial escultores, escritores, diplomatas e amantes de outras modalidades artísticas, de Angola e Portugal.

A exposição é composta por 4 núcleos, sendo uma instalação sob forma de "videwall" que a introduz, contendo um visionamento de livros e leituras de excertos, fotografias de e com o escritor, além de partes de filmes por ele produzidos.

Tem também um espaço designado Brasil, onde são projectadas fotografias de Daniela Moreau, que acompanhou o escritor angolano na sua viagem pelos sertões brasileiros.

No Núcleo Lugares de África, uma selecção de fotografias de Ruy Duarte de Carvalho são conjugadas com frases dos livros, bem como ilustrados desenhos feitos pelo autor em diversos locais, particularmente Samba, Namibe, Namíbia e Cabo Verde.

Finalmente, a exposição incluiu uma secção dedicada ao cinema documental, na qual se apresentam diversos documentários realizados pelo cineasta entre 1975 e 1982, assim como fotografias de rodagens e de cena dos respectivos filmes, um trabalho montado por António Ole, Robert Kramer e Rute Magalhães.

Na opinião do vice-ministro da Cultura, Luís Kandjimbo, um dos observadores atentos à exposição, a amostra reflecte o peso e talento de um "investigador com créditos firmados na cultura angolana, cuja obra importa conhecer".

Falando à imprensa, à margem da sessão de abertura da amostra, Luís Kandjimbo afirmou que a obra de Ruy Duarte de Carvalho "se multiplica por vários domínios", com particular destaque para a poesia, ficção narrativa, ensaio, cinema e artes plásticas.

"Temos aqui algumas boas referências do que ele vem fazendo no domínio das artes plásticas. Há uma obra muito interessante de Ruy Duarte que combina o texto escrito e a imagem, que esbate a fronteira que pode existir entre a escrita e o desenho.

A fronteira é inexistente e, aqui, está uma prova disso. Importa conhecer esse autor, pelo que qualquer visitante da exposição há de sair daqui com a vontade de poder lançar mãos à obra, lendo o que há de poesia, ensaio e filmes de Ruy Duarte", expressou.

Para o também crítico literário, a exposição constitui apenas uma "pequenina" amostra da obra de Ruy Duarte de Carvalho, considerando ser este um "belo exemplo" de como os criadores devem produzir e se posicionar no mercado da arte e investigação.

"Aos criadores compete criar obras e mostrar o que fazem. Estamos precisamente a assistir um belo exemplo disso e competirá depois a outras instituições do estado criar condições para os criadores continuarem a criar e entreter os amantes das artes", ressaltou.

A semana de homenagem a Ruy Duarte de Carvalho foi aberta segunda-feira, na capital do país, com a realização de uma conferência sobre "Conquistas e Reconquistas de Luanda", orientada pelo próprio homenageado.
Fontes: Texto - Angop e Fotos - Lev´Arte

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Antropólogo Ruy de Carvalho aborda conquistas de Luanda


Luanda - O antropólogo angolano Ruy Duarte de Carvalho emitiu ontem (segunda-feira), em Luanda, o seu ponto de vista sobre os factos que marcaram a história política da capital angolana, na era colonial, apontando a conquista e reconquista desta cidade africana, pelos holandeses e portugueses, como os aspectos mais marcantes da época.


"A fundação de Luanda, a conquista pelos holandeses, a reconquista pelos portugueses e a independência nacional, de que acabo de falar durante uma hora, são os pontos mais importantes", expressou o pesquisador à imprensa, no final de uma conferência co-organizada pelo Instituto Camões e pela Associação Chá de Caxinde.


Segundo o também escritor e docente universitário, que falava sobre o tema "Conquistas e Reconquistas de Luanda", a actual capital angolana passou por um longo processo de partilha, por autoridades holandesas e portuguesas, afirmando não ter havido tempo para se construir uma cidade diferente, onde não existissem musseques.


"Não deu tempo de construir outra cidade. Os musseques não são consequência da cidade estar cheia. Derivam de outras coisas", lembrou Ruy Duarte de Carvalho, para quem a existência dessas áreas suburbanas deriva de "um fenómeno social ou arquitectónico".


"Os musseques são um fenómeno social, talvez arquitectónico, resultado do crescimento de uma cidade que, durante uns períodos, cresceu por umas razões, e noutros, por outras razões. Esta é uma interpretação antropológica", assegurou.


O pesquisador é de opinião que Luanda é hoje uma cidade em transformação, cheia de vitalidade, "e sem razão alguma para não resolver as suas questões".


Durante uma semana, o escritor e antropólogo será homenageado pelo Instituto Camões e pela Associação Chá de Caxinde, que reservam para terça-feira, em Luanda, ainauguração de uma exposição com título "Essa Maneira de Convocar Tudo", a estar patente até 20 deste mês, no Centro Cultural Português.


Para quarta-feira, está prevista uma conferência e debates sobre "Antropologia, História e Imagem".


Fonte: Texto - Angop e Foto - Lev´Arte

Chá de Caxinde considera justa homenagem a Ruy Duarte de Carvalho

Presidente da Associação Chá de Caxinde elogia Ruy Duarte de Carvalho

Luanda – O presidente da Associação Chá de Caxinde, Jacques dos Santos, afirmou segunda-feira, em Luanda, que o antropólogo angolano Ruy Duarte de Carvalho é digno e merecedor da Semana Cultural a ele dedicada, pela sua organização e pelo Instituto Camões, por ser um homem "erudito" e conhecedor da história universal.

Falando à imprensa, no final de uma conferência sobre "Conquistas e Reconquistas de Luanda", orientada pelo homenageado, o responsável disse valer a pena escutar os testemunhos do também escritor, com o qual se pode aprender sobre a história do país.

"Estamos em presença de um homem erudito, que conhece bem aquilo que diz. Acho que vale a pena estarmos aqui, pois saímos enriquecidos com a brilhante palestra por ele proferida. Essa homenagem, há muito tempo que já era merecida por esse grande escritor, antropólogo, cineasta (…)", expressou Jacques dos Santos.

Para si, é um grande orgulho associar-se ao projecto de homenagear o artista, que vai puder "dividir", ao longo da semana, vários depoimentos sobre a cultura angolana e africana, com outros pesquisadores estrangeiros convidados pela organização.

"Estamos aqui com muito orgulho, a partilhar com o Instituto Camões esse momento grande que já devia ter sido proporcionado. Vamos ter, nos próximos dias, a presença de especialistas portugueses e angolanos, que vão debater a obra de Ruy Duarte de Carvalho, no domínio da antropologia, história, cinema e literatura", informou.

Jacques dos Santos disse que a semana vai permitir ao público conhecer parte da obra do artista, homenageado no âmbito das festividades do 433º aniversário da Cidade de Luanda, celebrados a 25 de Janeiro último.

Fonte: Angop

Inauguração da Exposição: Essa Maneira de Convocar Tudo

O Lev´Arte Espera por si hoje as 18h30 no Instituto Camões para a Inauguração da Exposição: "Essa Maneira de Convocar Tudo" baseada em trabalhos de Ruy Duarte De Carvalho.

Até logo...

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Jantar de homenagem ao escritor Ruy Duarte de Carvalho

A Associação Cultural e Recreativa “Chá deCaxinde” tem a honra de convidar V. Exa. a participar no Jantar de homenagem ao escritor Ruy Duarte de Carvalho, arealizar-se no Espaço Verde Caxinde no dia 13 de Fevereiropelas 20horas.

Inscrições na Secretaria da Chá de Caxinde ouatravés dos tel.
222390936 e 923957416. 923505711

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Poemas de Ruy Duarte de Carvalho


Memória da guerra em Julho

1

É preciso que aconteça numa manhã sem sol e sem/recurso para o cansaço que o corpo traz da noite. É preciso/também valorizar o medo. Dizer assim, talvez:/- a guerra continua, dormi a noite toda/e a guerra continua./

Uma luz como a de outubro surgirá em julho./Atingirá as formas como se as formas a desconhecessem,/como se até aí fossem rocha apenas sobre as areias que há/[no mar profundo/e não soubessem nada do seu próprio corpo/e a luz as dissolvesse numa excessiva sobre-exposição./Vem declarar, num instante, a anulação completa das/[idades./A progressão da luz e a regressão da forma./A dissolvência, em suma./
Os contornos estão perdidos para sempre. Agora é a memória,/memória, a madrugada, a opacidade imaculada do silêncio./
Esta era a profecia. O retrato fiel do fim do mundo./


2

É já apenas só uma memória./Falo da luz que irradiava dos cadáveres/e das águas fermentadas que os continham./Havia um frasco, enorme./Crescera desmedido para albergar compassos de uma guerra longe:/ os ecos todos dos obuses todos/ os glaciares do medo nas arenas do norte./
À volta uma manhã que era já quente, a luz rente de/outubro, a iminência da dissolução./E havia o frasco, um frasco enorme, prismático e aberto,/ retendo o amarelo de uma água velha,/ matéria a mais propícia à gestação dos limos e das algas./À tona alguns cadáveres, o ventre exposto, inchado e branco,/ alguns também retidos na verdura/ e os olhos sobretudo, provocação soberba da miséria./Quando isto aconteceu eu era muito novo/ e sem recursos para iludir surpresas./ Mais tarde atravessei cidades mortas/ Não as temi./Morte ou memória? Como entendê-lo agora?/


3

Os pequenos dragões puseram a gravata, ajustaram ao/corpo a couraça do orgulho, consultaram num instante a/cartilha da paz, e vieram para a rua comandar a guerra./A ordem de batalha está completa: o cancro explodirá/Pela madrugada. Nem as franjas da noite estarão/bastante longe. A flor do eco, que abre nos peitos um/lugar para a sede, oscilará suspensa no silêncio,/assegurando o gangrenar da aurora./


Os pequenos dragões esbracejam na penumbra. Estendem/o braço para afagar o ferro e aferem, um a um, os/potentes instrumentos da confiança. Os pequenos dragões/estão sobretudo ansiosos. Exibem, varonis, a ereção da/voz e arremetem-na de encontro à multidão para/fecundar-lhe o embrião da raiva./


A aranha é instalada nos baldios da fé. Assenta o peso/sobre a carne incauta e crava as garras, para se afirmar,/na oferta abdominal das hostes seduzidas. O ferro/arranca vivas de prazer. Entre dois crânios grandes um/pequeno, de forma a que não haja qualquer falha e se/edifique um piso só de crânios. O aparelho/vive de equilíbrios./


Os pequenos dragões não podem mais. É tempo já de/acometer a noite. As condições propícias estão criadas: há/já um cio para umedecer o medo. Sejamos fêmeas para a/ereção da armada. Do som haverá luz e das brechas da/carne escorrerão manhãs./
O sangue, hoje, é dos outros./


4

Acordas ansioso por saber das grinaldas que o sangue/abriu na noite. Enfrentas a manhã nua e devassa/como a parede branca a que se rasga a forma/de um cartaz antigo. Caíram os tapumes da confiança/e eis presente, como nunca adversa, a geografia/cada vez mais tensa./
vês a língua de areias servida de outra luz./A memória sumiu-se, cristalizou nos ecos./A gestação do medo arruinou as horas./


Ensaias o andar antes sabido. Apenas expões a pele/sem que o contorno do teu velho corpo/revele indícios do que lhe vai por dentro. Reinventas no/mundo a implantação do vulto, lavado agora das razões/seguras. Estar vivo e acometer a claridade/implica a vocação de afeiçoar o corpo à praça imposta./Há uma maneira apenas de enfrentar o frio./É transportar, por dentro, o mesmo frio. Não fere, a/decisão, muito para além das decisões alheias./


5

Nada mudou para quem delega a glória./Nada é tão grave que nos impeça os corpos./Estamos aqui, sentados, sabendo que o conforto/é só cá dentro e a casa é cheia de alegria e festa/e a carne é fresca porque viva e alheia/à carne longe, retalhada e fria./Somos de fato, em nosso apuro e com o nosso dote,/uma versão apenas indecisa/do nó que nos habita bem no centro./Rapazes, raparigas,/que cada um empunhe a flor oculta/para inseri-la entre pernadas jovens./
A morte longe enquanto nos arder/à flor da boca/esta atenção pela florações dos outros./


(1992, Memória de tanta guerra)
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Chagas de salitre

Olha-me este país a esboroar-se/em chagas de salitre/e os muros, negros, dos fortes/roídos pelo vegetar/da urina e do suor/

a carne virgem mandada/cavar glórias e grandeza/do outro lado do mar./
Olha-me a história de um país perdido:/marés vazantes de gente amordaçada,/a ingênua tolerância aproveitada/em carne. Pergunta ao mar,/que é manso e afaga ainda/a mesma velha costa erosionada./


Olha-me as brutas construções quadradas:/embarcadouros, depósitos de gente./Olha-me os rios renovados de cadáveres,/os rios turvos de espesso deslizar/dos braços e das mãos do meu país./
Olha-me as igrejas restauradas/sobre ruínas de propalada fé:/paredes brancas de um urgente brio/escondendo ferros de educar gentio./


Olha-me a noite herdada, nestes olhos/de um povo condenado a amassar-te o pão./Olha-me amor, atenta podes ver/uma história de pedra a construir-se/sobre uma história morta a esboroar-se/em chagas de salitre./


( 1976, in A decisão da idade)

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Semana dedicada a Ruy Duarte de Carvalho


Uma semana dedicada Ruy Duarte de Carvalho vai ter lugar em Luanda de 9 a 13 de Fevereiro, que compreende a abertura a 10 de Fevereiro de uma exposição internacional sobre a obra do escritor, cineasta e antropólogo angolano, que estará patente até 20 de Março no Instituto Camões/Centro Cultural Português (IC/CCP).


Este ciclo, organizado pelo IC/CCP e pela Associação Cultural e Recreativa Chá de Caxinde, terá início com a conferência ‘Conquistas e Reconquistas de Luanda', proferida pelo próprio autor angolano na próxima segunda-feira, no Clube Náutico da Ilha de Luanda.


Ruy Duarte de Carvalho participará também nas duas conferências previstas no âmbito do ciclo, incidindo nos temas de Antropologia, Historia e Imagem e Literatura, que decorrerão no Auditório Pepetela, no IC/CCP, a 11 e 12 de Fevereiro, bem como no jantar de homenagem que terá lugar no ‘Espaço Verde de Caxinde', a 13.


Críticos literários, investigadores e vários professores universitários, tanto angolanos como portugueses, debaterão com o publico em Luanda os temas mais marcantes de toda obra de Ruy Duarte de Carvalho, um dos mais prestigiados escritores do mundo lusófono.


O comissário do evento, que ocorre um ano depois do ciclo que teve lugar em Lisboa no Centro Cultural de Belém, é José António B. Dias Fernandes, professor da Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa, que foi igualmente o curador da evocação da obra de Ruy Duarte de Carvalho na capital portuguesa.


A exposição internacional, Essa Maneira de Convocar Tudo «trata duma abordagem caleidoscópica à totalidade da obra de Ruy Duarte de Carvalho, e permitirá ainda conhecer os testemunhos das suas viagens pelo continente africano e, também, pelos sertões brasileiros», diz uma nota de imprensa do IC/CCP.


A mostra é composta por 4 núcleos: uma instalação sobre a forma de videowall introduz a exposição, com visionamento de livros e leituras de excertos, fotografias de e com o escritor.
No espaço Brasil são projectadas fotografias de Daniela Moreau que acompanhou o escritor na sua viagem pelos sertões brasileiros.


No núcleo Lugares de África, uma selecção de fotografias de Ruy Duarte de Carvalho é conjugada com frases dos livros, bem como com desenhos feitos pelo autor em diversos locais: Samba, Namibe, Namíbia, Cabo Verde.


Finalmente numa secção dedicada ao cinema documental apresentam-se diversos documentários realizados pelo cineasta entre 1975 e 1982, e ainda fotografias de rodagem e de cena destes filmes, da autoria de António Ole, Robert Kramer e Rute Magalhães.

Biografia
Ruy Duarte de Carvalho nasceu em 1941 em Santarém. Passou a infância na Província do Namibe, cuja paisagem, espaços físicos e sociais ocupam ainda hoje um lugar privilegiado nas suas actividades de escritor e antropólogo.


De 1961 a 1974 trabalhou como engenheiro técnico agrário em cafeicultura, pecuária e fabricação de cerveja.


Em 1972, publicou em Luanda o primeiro livro de poesia. De 1975 a 1981, realizou filmes para a Televisão Publica de Angola e para o Instituto de Cinema Angolano.


Em 1982 obteve com um filme, Nelisita, e com um texto académico contra o cinema dito etnográfico, o diploma da Escola de Altos Estudos em Ciências Sociais em Paris. Doutorou-se também ai em 1986, em antropologia social e etnologia, com uma tese sobre a produção da diferença cultural entre os pescadores da costa de Luanda.


Desde 1987 tem ensinado antropologia em Angola, na Universidade Agostinho Neto, no Brasil na Universidade de São Paulo e em Portugal, na Universidade de Coimbra e inquirido sobretudo junto de sociedades pastoris e agro-pastoris de sudoeste de Angola, e do noroeste da Namíbia.


Tem publicado cerca de duas dezenas de livros de poesia, ficção, viagem e ensaio.


Reside em Angola e viaja com frequência.

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Lançamento do Livro Aconteceu no Leste

A Editora e Livraria Chá de Caxinde tem a honra deconvidar V. Exa. a participar do lançamento do livro"Aconteceu no Leste: A Minha Experiência" da Autoria de José Domingos Francisco Tuta "Ouro de Angola", a ter lugarhoje no Espaço Verde Caxinde pelas 18horas.
Emília dos Santos

Chá de Caxinde

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Instituto Camões e Lev´Arte Realizam Noite de Poesia


Kardo Bestilo
Noite de Poesia Ao ViVo dia 05 de Fevereiro de 2009.

A actividade terá lugar no Auditório Pepetela no interior da embaixada de Portugal em Luanda.Serão apresentados vários declamadores, música e teatro. As actividades do Movimento Lev´Arte como já é de habito são realizadas com parcerias estabelecidas com a União dos Escritores Angolanos, Associação Chá de Caxinde, Instituto Camões e Casa da Juventude em Viana. O Movimento Lev´Arte conta também com parcerias para a execução do Teatro com o Colectivo Tata Yetu e os Monamwazanga entre outros grupos, e para a moda com a parceria com a HotModels.

Os eventos de Poesia ao ViVo nunca foram tão procurados como hoje, ao contrario, do que muitos pensam hoje em Luanda as sessões de Poesia ao ViVo realizadas pelo Movimento Lev´Arte têm uma média de 150 pessoas por noite e são passados em média 16 Poetas por evento, associado ao momento de Poesia são sempre convidadas as outras manifestações de artes (Musica, Trova, Dança, Teatro e Moda).

Até ao momento o Lev´Arte já realizou este ano seis (6) eventos de declamação de Poesia, e teve uma audiência de 2107 (duas mil cento e três) pessoas.

Os eventos foram realizados (Local e Nº de ):
1. Embaixada de Portugal/Auditório Pepetela no dia 08 de Janeiro "Noite de Poesia ao ViVo" 177 pessoas;
2. União dos Escritores Angolanos no dia 10 de Janeiro "Poesia à Volta da Fogueira " 324 pessoas;
3. Cine Nacional Chá de Caxinde no dia 15 de Janeiro"Noite de Poesia ao ViVo" 343 pessoas;
4. Cine Nacional Chá de Caxinde no dia 22 de Janeiro "Evento Faça Uma Criança Feliz" 549 pessoas;
5. Cine Nacional Chá de Caxinde no dia 29 de Janeiro"Noite de Poesia ao ViVo" 474 pessoas;
6. Casa da Juventude em Viana no dia 31 de Janeiro "Poesia Ao ViVo em Luanda" 240 pessoas.

Fique atento e sinta-se convidado para dia 12 de Fevereiro escutar os Poemas de Ruy Duarte de Carvalho no Auditório Pepetela.

Não perca o comboio da Poesia...

Ligue já para confirmar a sua presença: 927 00 17 80

RUY DUARTE DE CARVALHO HOMENOGEADO NUMA SEMANA CULTURAL EM LUANDA

João Pignatelli

RUY DUARTE DE CARVALHO HOMENOGEADO NUMA SEMANA CULTURAL PELO INSTITUTO CAMOES-CENTRO CULTURAL PORTUGAL E PELA ASSOCIACAO CULTURAL E RECREATIVA CHA DE CAXINDE.



3 DE FEVEREIRO DE 2009




PARA PUBLICACAO IMEDIATA



O Instituto Camoes-Centro Cultural Português (IC-CCP) e a Associação Cultural Chá de Caxinde anunciam uma semana de actividades culturais dedicadas ao prestigiado escritor angolano, Ruy Duarte de Carvalho. As cinco actividades contarão com a presença do próprio escritor, do Comissario Prof. Fernandes Dias, e do outros intelectuais e investigadores nacionais e estrangeiros.



As actividades terão inicio com a conferencia “Conquistas e Reconquistas de Luanda” a ser proferida pelo próprio autor no dia 9 de Fevereiro no Clube Náutico na Ilha de Luanda pelos 18h00.



A exposição internacional, “Essa Maneira de Convocar Tudo” será inaugurada no Instituto Camões – Centro Cultural Portugues no dia 10 de Fevereiro e trata duma abordagem caleidoscópica a totalidade da obra de Ruy Duarte de Carvalho, que permitira ainda conhecer os testemunhos das suas viagens pelo continente africano e, também, pelos sertões brasileiros. Assim e composta por 4 núcleos: uma instalação sobre a forma de “videowall” introduz a exposição, com visionamento de livros e leituras de excertos, fotografias de e com o escritor. No espaço Brasil são projectadas fotografias de Daniela Moreau que acompanhou o escritor na sua viagem pelos sertões brasileiros. No núcleo Lugares de África, uma selecção de fotografias de Ruy Duarte de Carvalho são conjugadas com frases dos livros, bem como desenhos feitos pelo autor em diversos locais: Samba, Namibe, Namíbia, Cabo Verde.


Finalmente numa secção dedicada ao cinema documental apresentam-se diversos documentários realizados pelo cineasta entre 1975 e 1982, e ainda fotografias de rodagem e de cena destes filmes, da autoria de António Ole, Robert Kramer e Rute Magalhães.


Nos dias seguintes intelectuais angolanos e portugueses irão, com o publico em Luanda, debater os temas mais marcantes de obra de Ruy Duarte de Carvalho. Estas duas conferencias de, “Antropologia, Historia e Imagem” e “Literatura” tem entrada livre e decorrerão no Auditório Pepetela no IC-CCP nos dias 11 e 12 de Fevereiro pelas 16h00, respectivamente.
A semana encerrara no dia 13 de Fevereiro com um Jantar de Homenagem a Ruy Duarte de Carvalho no Espaço Verde do Chá de Caxinde. A jantar tem inicio pelos 20h00.
Todas as actividades estão abertas ao publico.

Para informações adicionais, contactar:
Instituo Camoes-Centro Cultural Portugal
Avenida de Portugal 50
Telefone: 222 390545
Email: icamoes-ccluanda@iol.pt
Pagina Web: www.embaixadadeportugal-luanda.com.pt/
Associação Chá de Caxinde
Avenida 1 Congresso MPLA, 20-24
Telefone: 222 390 936
Email: chacaxinde@netcabo.co.ao


Biografia de Ruy Duarte de Carvalho: Ruy Duarte de Carvalho e um dos mais prestigiados escritores do mundo lusofono, Passou a infância na Província do Namibe cuja paisagem, espaços físicos e sociais ocupam ainda hoje um lugar privilegiado nas suas actividades de escritor e investigador em antropologia. De 1961 a 1974 trabalhou como engenheiro técnico agrário em cafeicultura, pecuária e fabricação de cerveja. Em 1972, publicou em Luanda o primeiro livro de poesia. De 1975 a 1981, realizou filmes para a Televisão Publica de Angola e para o Instituto de Cinema Angolano. Em 1982 obteve com um filme, Nelisita, e com um texto académico contra o cinema dito etnográfico, o diploma da Escola de Altos Estudos em Ciências Sociais em Paris. Doutorou-se também ai em 1986, em antropologia social e etnologia, com uma tese sobre a producao da diferença cultural entre os pescadores da costa de Luanda.


Desde 1987 tem ensinado antropologia em Angola, na Universidade Agostinho Neto, no Brasil na Universidade de São Paulo e em Portugal, na Universidade de Coimbra e inquirido sobretudo junto de sociedades pastoris e agropastoris de sudoeste de Angola, e do noroeste da Namíbia. Tem publicado cerca de duas dezenas de livros de poesia, ficção, viagem e ensaio. Reside em Angola e viaja com frequência.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Cultura Tradicional Bantu


Introdução à essência de identidade

O interesse sobre os rituais da Cultura Bantu é apaixonante para os estudiosos de História como por todos aqueles que, por curiosidade, procuram obter respostas sobre o comportamento e identidade destes povos. O texto do Padre Altuna traduz vivamente esse espírito. Na sua antropologia, o leitor mergulha numa gama de informação sobre a essência da caracterização dos mesmos. As reflexões que passamos a delinear constituem uma síntese interpretativa do livro com o mesmo titulo, ou seja, uma espécie de cruzamento exploratório sobre a gênese do conhecimento.

N'vunda Tonet*

A pobreza antropológica nasce da fragmentação do espaço, do esvaziamento estrutural de um povo que, actualmente, se verifica em alguns países do que noutros, em função de um conjunto de factores exógenos que modificam a especificidade de hábitos e costumes em conseqüência de dois quesitos fundamentalmente: o período colonial e a incultura.

As transformações, que se assistem diariamente no nosso seio, podem ser interpretadas em dois planos paralelos: numa proporção concreta, de acordo com o conceito de globalização ou integração universal; numa ordem impessoal, o conceito manifesta-se em função do quotidiano dos indivíduos.

Não se exclui o ônus em relação à integração universal, sobretudo quando ela se resume na assimilação e exaltação de comportamentos e práticas alheias à realidade da comunidade, numa espécie de dominação, contribuindo para as novas gerações despidas do crepúsculo cultural absorvarem, piamente, a compreensão global como única e intransponível, fazendo crer que os nossos rituais não passam de manifestações antigas e fora do enquadramento contemporâneo.

Cada um de nós é cúmplice pela existência deste paradoxo cultural. O desinteresse pelos costumes, povos, lugares, etnografia e outros elementos de enorme brio cultural na transmissão de valores a nova geração faz coexistirem, no mesmo quadro conceptual, fenómenos que reinventam a tradição. É assim que assistimos pálidos e serenos à decapitação dos modos nos quais se realiza o pedido de casamento ", em que já se oferecem dólares na carta e bebidas importadas".

Temos defendido em outros espaços que um povo que se despe das suas raízes antropológicas para abraçar, cegamente, as influências exógenas perde a sua identidade, ou seja, não tem orientação cultural, tão pouco se conhece a sua essência de identificação cultural enquanto grupo.
A mundividência global, segundo clarifica Alfredo Teixeira, pode promover a mestiçagem cultural e abrir o terreno ao regresso da memória, veículo de resistência à pressão do desenraizamento cultural.

Devemos pensar na "Cultura" como modelo de orientação, o que merece ser protegido da dinâmica da transação social. Sentimos que, cada vez, que se arranha a sua pureza, se está a caminhar, lentamente, para o desaparecimento da mesma.
Este troço da morte torna-se inevitável, na medida em que a comunidade enaltece o desenvolvimento dos padrões de importação cultural.

I. História

A designação Bantu nunca se refere a uma unidade racial. A sua formação e expansão migratória originaram uma enorme variedade de cruzamentos. Há cerca de 500 povos Bantu. Assim, não se pode falar de "raça bantu", mas de "povos bantu", isto é, de comunidades culturais com civilização comum e línguas semelhantes.

O termo "Bantu" conserva a sua unidade e foi desenvolvido por povos de raça negra. O radical "ntu" comum a muitas línguas Bantu significa "homem"; o prefixo "ba" forma o plural da palavra "muntu" pessoa. Portanto, "Bantu" significa seres humanos, pessoas, homens, povo ".
Os Bantu, além do nítido parentesco lingüístico, conservam um fundo de crenças, rituais e costumes similares; uma cultura com traços específicos e idênticos que os assemelha e agrupa, independentemente da identidade racial.

Um terço da população negro-africana é Bantu. A fronteira norte pode começar nas montanhas dos Camarões ou na desembocadura do Níger até ao Sul da Etiópia, incluindo a Republica Centro Africana e sul do Sudão. A partir da fronteira norte, toda a África negra até ao Cabo, desde o Atlântico ao Indico, é quase totalmente Bantu.

II. Perspectiva

Em todo o caso, africanistas, pessoas interessadas no diálogo cultural, historiadores, antropólogos, sociólogos, psicólogos sociais, militantes da causa da negritude, entre outros, devem sentar-se à mesma mesa, no sentido de sublinhar os caminhos a percorrer em busca da preservação da identidade e traçar estratégias fortuitas que fortaleçam o conhecimento as novas gerações angolanas.

In Cultura Tradicional Bantu, Pe. Raul Ruiz de Asúa Altuna, 2006

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