A escritora Cremilda de Lima é candidata, pela segunda vez consecutiva, para o Prémio "Astrid Lindgren" instituído pelo Governo Sueco para honrar a memória de uma das mais populares escritoras da Suécia e do Mundo. Diz que sente-se muito honrada por poder representar o país neste concurso internacional. Na entrevista que concedeu ao Agora não deixou de particularizar a influência que teve do avô Ximinha que inculcou nela o valor tradicional da cultura angolana.
Quando é que nasceu a sua paixão pela escrita?
Desde muito cedo sempre gostei muito de ler, sou uma pessoa perseverante, ponderada, bastante dinâmica e muito atenta ao que se passa a minha volta, respeito sempre as coisas da terra e acredito que sempre tive uma queda para a escrita.
Teve certamente alguém que a terá influenciado?
Foi a minha professora do ensino primário que gostava das minhas redacções e sobretudo a minha avó que tinha uma cultura fora de série, mas também me deixou boas recordações.
Que géneros literários escreve e porquê?
Eu sou muito apaixonada pelas crianças e as coisas que escrevo dedico essencialmente para elas.
O que acha da literatura angolana?
Teve uma evolução muito grande porque passou a ser conhecida, manuseada e divulgada por nós.
Quantos títulos têm publicado?
Tenho catorze títulos publicados.
Qual das obras mais a cativou?
Um dos livros que me cativou mais foi o “Balão Vermelho.” Os outros como “Missanga e o Sapùpo,” o “Tambarino Dourado,” “Kianda do Banquinho de Fuxi” e “A Colher e o Génio do Canacial.”
Quanto tempo leva a escrever um livro?
Levo cerca de dois a seis meses. Tudo depende do que a minha imaginação momentânea cria e do aproveitamento que faço dela.
De onde provem a sua inspiração?
Resulta da vivência quotidiana e da criatividade.
Que projectos tem em carteira?
O lançamento do livro "Kabulo o Rei" será o meu próximo lançamento, se tudo correr bem, o INALD tem previsto para Junho o lançamento de uma colectânea de contos onde eu irei incluir a "Missanga e o Sapùpo", "Tambarino Durado", com ilustrações de Vitorino kiala.
Professora e escritora. Como consegue conciliar as duas profissões?
Está tudo ligado uma coisa com a outra, porque são duas coisas que se intercalam muito bem.
Está tudo ligado uma coisa com a outra, porque são duas coisas que se intercalam muito bem.
O que falta aos escritores angolanos?
Os seus trabalhos devem ser divulgados, é muito importante, porque ler é viajar, é sentires solto. Devem dar asas a imaginação.
Os seus trabalhos devem ser divulgados, é muito importante, porque ler é viajar, é sentires solto. Devem dar asas a imaginação.
Que escritor admira?
Agostinho Neto e Uanhanga Xitu, são os dois escritores que mais admiro, também admiro todos os que comigo trilham este caminho para o bem das crianças.
Que género de literatura prefere?
A poesia, como por exemplo o livro "Sagrada Esperança," porque quando o leio faz-me recordar os aspectos da terra e a necessidade de mudança. É um livro de excelente qualidade, que deveria ser mais manuseado, mais lido e mais vendido.
Quais são os momentos marcantes da sua carreira?
Quando acabo de escrever um livro, faço o lançamento do mesmo, as pessoas gostam e saio de lá feliz.
Como escritora sente-se realizada?
Sinto-me realizada na medida em que contribuo para enriquecer o imaginário das crianças.
O que gostaria de acrescentar e que eventualmente não the perguntámos?
Sinto-me feliz por ter saúde, uma família, um casamento de 42 anos que é a minha paz, minha calma, porque tenho um marido que me apoia muito, sinto-me também feliz quando consigo todos os dias acordar com vontade de receber os meus alunos, para continuar a minha carreira com eles. Tudo isto faz parte do ciclo da minha vida.
Fonte: Agora e Uma Certa Angola
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