terça-feira, 25 de maio de 2010

Afri Aka (Tu)


Tu vieste e saíste da minha vida,

Como a água da torneira num singelo toque... (sim!)

Entraste e inundaste meu universo,

Ao molhar o meu coração sem ar,

E vieste e vieste,

E vieste,

Misturando-te com os meus poros,

Fazendo sumo com o meu suor,

Crávas-te a minha pele preta,

Gritamos: AFRIKA

Oh! Afrika nossa!

Deliramos em canalizações mil e quinhentas

Beijamos os rios verdes da esperança matinal,

A cada novo Sol de Liberdade...

E tu assim também foste!

Deixando-me seco e enferrujado,

Sem uma gota para saborear,

O ar do ar de nossa natureza

Onde é que foste?

Porque é que foste?

Ninguém responde!

Nuas e fáceis perguntas,

E porém sem resposta!

Oh! Afrika

Nem nesta dor viva,

Nem depois de morrer a viva

Eu vou saber não te amar!

Oh! Afrika

Tu és mesmo o meu berço

E ainda para meu último desejo:

Quero te amar mesmo que não me queiras

Oh! Afrika

Volta para minha torneira Afrikana!


Luanda 25-03-2005 * Alvalade – 2.15 pm * Kardo Bestilo in ControVerso

1 comentário:

Mukanda disse...

Grande Kardo Bestilo.
Sempre criativo e disposto a partilhar o que de melhor há para se partilhar parabéns.