Não sou nenhum Shakespeare
Nem tenho penas a mais
Não sou sequer Camões
Nem ambiciono ser sombra desses Ilustres
Não sou um rabisco simples do Pessoa
Nem tão pouco lembro o que escreveu
Não sou mesmo assim o lado negro da Luz
Nem mesmo sou um raio que se veja bem
Não sou génio algum sequer
Nem me aproximo de um bom Filósofo
Não sou nem sandálias de Castro Alves
Nem sei quem sou na verdade
Não sou digno do lixo que provoco
Nem compreendo como o hei de reciclar
Não sou burro ou cavalo
Nem pertenço à classe de tais herbívoros
Não sou carnívoro também
Nem como peixe ou carne animal
Não sou um monstro e tento não ser besta
Nem vejo bem como a Vida funciona
Não percebo bem o que a imaginação me diz
Nem percebo bem em que acreditar
Não sou padre ou nem rabino ou nem mullah
Nem sigo aos profetas e nem às suas crenças
Não sou assassino e não pretendo sê-lo alguma vez
Nem que me tentem forçar ou convencer a isso
Não sou patriota exacerbado e nem sou cego ou surdo
Nem hei de nunca ser um suicida bombista fanático
Não sigo e não obedeço às doutrinas populistas
Nem quero ser nunca supersticioso à toa
Não sou um poeta e nem mesmo um aprendiz
Nem jamais deixarei de sêr um Sêr Humano Comum...
Escrito em Luanda, Angola, por Manuel de Sousa, a 26 de Junho de 2009, em Homenagem a todos aqueles que engrandecem/ceram à Humanidade através da Verdade e da Escrita da Pena e da arte do Regist(r)o, sobretudo aos Poetas e Filósofos e aos Cientistas da Vida...
Dedicado ainda ao Eminente Professor Doutor João José Lopes Gomes, Cardiologista Luso-Angolano de Renome, nascido no Huambo, Angola, há muito radicado em Portugal, onde pratica e ensina a especialidade médica de cardiologia, e que, no passado dia 23 de Julho de 2009, proferiu uma concorrida Palestra no nosso Rotary Club de Luanda...
1 comentário:
Aquele Ser Humano Comum do poema, infelizmente, é um Ser Excepcional. Bem estaremos quando for, realmente um ser comum, o que quererá dizer que a grande maioria lhe será identica em tolerância e respeito pelo próximo e por tudo o que nos rodeia.
Belas palavras quase em formato de oração.
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