1.
“Diáspora Atrelada Ao Destino”
Fez-me o destino para a diáspora
Enrolou-se-me à volta uma manta de retalhos
O Sol envolve-me dia-a-dia de aneis d’oiro
Nada me lembra o que lá vai lá vai
Não há castanholas no meu caminho
De castanhas do gosto me recordo às vezes
Correm-se-me debaixo dos pés o pó e a vida
Tenho pressa e até nem tanta assim
Envergo a camisola verde feita de linho
Planto uma árvore ao longo da linha equatorial
Transporto na carteira uma meia dúzia de sonhos
Carrego a ilusão estampada nos sapatos de lona
Vejo que há quadros tortos nas paredes
Uns comportam meu rosto pintado de riscos
Outros aparecem com manchas digitalizadas
Há formas e fórmulas que desbotam na côr
Nunca as vi nem olhando bem para o alto
Pago mesmo assim um preço algo proibitivo
Cambio a felicidade por um objecto desconhecido
Manipulo a imagem com os sentimentos aguçados
Afio a vontade para que nada me detenha
Abro a boca para mostrar o céu aos curiosos
Amordaço a língua já de si enrolada
Pego a lama para a arremaçar à parede
Arrecado o orgulho no fundo da garganta
Afundaria sim não fosse a vontade de não fraquejar
Rebolaria vertente abaixo se a persistênica não me valêsse
Vou assim mesmo jogando as amarras para porto seguro
Prendo-me com segurança a terra firme
Fico ligado ao movimento que acontece lá fora
E no final de todas as contas feitas e desfeitas
Desprendo-me e que seja o vento a levar-me os restos...
Escrito em Luanda, Angola, a 26 de Junho de 2009, por manuel de sousa, Dedicado aos Espíritos Abertos existentes em todas as Sociedade Humanas do Planeta, sobretudo, dos que contribuem para a Liberdade do Seres Humanos e do Pensamentos destes no Mundo...
2.
“Sendo Ele E Pássaro Tambem “
Tanto gostaria eu de ser pássaro
Voar à volta de mim mesmo
Alargar a minha visão do Mundo
Mergulhar lá do céu para dentro de um calhamaço
Submergir em letras e em muitas mais palavras profundas
Ir até ao fundo dos abismos longínquos do Pensamento
Abrir a caixa dos mistérios de Pandorra
Tanto e tão pouco tenho em desejo
Sonho com viagens astrais sem limites
Vejo-me fora do corpo e para além da Alma
Sinto-me tocar os limites das fronteiras da Existência
Há pouco a separar-me dos confins do Universo
Sómente as trevas me entravam o Caminho
Sendo minha acompanhante omnipresente a Luz
Tanto tenho um corpo de sal como de água
Alguem a quem chamam de Criador compôs-me do barro
Moldou-me com a uma estátua animada
Deu-me movimento soprado pelas narinas
Insuflou-me o Espírito de Sua Imagem e Semelhança
Amou-me como a um Filho Seu
Acompanha-me omniscientemente vá para onde vá
Pois,
Ele é minha origem inicial,
E é meu meio natural intermediário
E meu destino final é...
Escrito em Luanda, Angola, por manuel de sousa, a 25 de Junho de 2009, em Dedicação áqueles Amigos que nunca esquecem os outros a quem consideram pela Amizade, mesmo quano ela é tão sómente longínqua, mas que nem por isso deixa de ser tão forte e chegada à mesma.
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