sexta-feira, 3 de julho de 2009

Poemas de Manuel de Sousa

1.

 

“Diáspora Atrelada Ao Destino”

 

Fez-me o destino para a diáspora

Enrolou-se-me à volta uma manta de retalhos

O Sol envolve-me dia-a-dia de aneis d’oiro

Nada me lembra o que lá vai lá vai

Não há castanholas no meu caminho

De castanhas do gosto me recordo às vezes

Correm-se-me debaixo dos pés o pó e a vida

Tenho pressa e até nem tanta assim

Envergo a camisola verde feita de linho

Planto uma árvore ao longo da linha equatorial

Transporto na carteira uma meia dúzia de sonhos

Carrego a ilusão estampada nos sapatos de lona

Vejo que há quadros tortos nas paredes

Uns comportam meu rosto pintado de riscos

Outros aparecem com manchas digitalizadas

Há formas e fórmulas que desbotam na côr

Nunca as vi nem olhando bem para o alto

Pago mesmo assim um preço algo proibitivo

Cambio a felicidade por um objecto desconhecido

Manipulo a imagem com os sentimentos aguçados

Afio a vontade para que nada me detenha

Abro a boca para mostrar o céu aos curiosos

Amordaço a língua já de si enrolada

Pego a lama para a arremaçar à parede

Arrecado o orgulho no fundo da garganta

Afundaria sim não fosse a vontade de não fraquejar

Rebolaria vertente abaixo se a persistênica não me valêsse

Vou assim mesmo jogando as amarras para porto seguro

Prendo-me com segurança a terra firme

Fico ligado ao movimento que acontece lá fora

E no final de todas as contas feitas e desfeitas

Desprendo-me e que seja o vento a levar-me os restos...

 

Escrito em Luanda, Angola, a 26 de Junho de 2009, por manuel de sousa, Dedicado aos Espíritos Abertos existentes em todas as Sociedade Humanas do Planeta, sobretudo, dos que contribuem para a Liberdade do Seres Humanos e do Pensamentos destes no Mundo...

 

 

2.

 

“Sendo Ele E Pássaro Tambem “

 

Tanto gostaria eu de ser pássaro

Voar à volta de mim mesmo

Alargar a minha visão do Mundo

Mergulhar lá do céu para dentro de um calhamaço

Submergir em letras e em muitas mais palavras profundas

Ir até ao fundo dos abismos longínquos do Pensamento

Abrir a caixa dos mistérios de Pandorra

 

Tanto e tão pouco tenho em desejo

Sonho com viagens astrais sem limites

Vejo-me fora do corpo e para além da Alma

Sinto-me tocar os limites das fronteiras da Existência

Há pouco a separar-me dos confins do Universo

Sómente as trevas me entravam o Caminho

Sendo minha acompanhante omnipresente a Luz

 

Tanto tenho um corpo de sal como de água

Alguem a quem chamam de Criador compôs-me do barro

Moldou-me com a uma estátua animada

Deu-me movimento soprado pelas narinas

Insuflou-me o Espírito de Sua Imagem e Semelhança

Amou-me como a um Filho Seu

Acompanha-me omniscientemente vá para onde vá

 

Pois,

Ele é minha origem inicial,

E é meu meio natural intermediário

E meu destino final é...

 

Escrito em Luanda, Angola, por manuel de sousa, a 25 de Junho de 2009, em Dedicação áqueles Amigos que nunca esquecem os outros a quem consideram pela Amizade, mesmo quano ela é tão sómente longínqua, mas que nem por isso deixa de ser tão forte e chegada à mesma.

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