Jornada internacional
O professor Léo da Silva Alves inicia em Angola uma jornada internacional de conferências sobre o tema "Ética no serviço público", associada a lançamento de livro. A próxima etapa será Portugal em maio. O livro "A revolução dos loucos – quando a psicopatia toma assento na política e no poder" - também será lançado em inglês no Canadá e Estados Unidos.
A questão ética
Para o professor, a ética é um novo valor a ser considerado nas relações pessoais e profissionais, o que inclui o serviço público e os seus agentes. "No Brasil, temos legislação específica desde 1994, mas a ética não se faz com lei: faz-se com cultura" – diz o especialista. Por isso, os órgãos da Administração Pública precisam levar aos seus agentes os referenciais éticos, por meio de palestras, estudos, práticas e, sobretudo, exemplos dos seus administradores. É nessa linha que o jurista tem sido convidado, em todo Brasil, para proferir conferências e explicar a ética como um elemento real, que não mais se restringe a comentários na escola e na igreja. Entre outras conferências com esse perfil, destaca-se convite recebido da Presidência da República, que resultou em memorável conferência na Escola de Administração Fazendária, em Brasília, sob organização da Comissão de Ética das Altas Autoridades.
Tópicos da conferência
O professor Léo apresenta, na sua palestra, de forma leve e bem humorada, a evolução da questão ética no Brasil. Lembra, por exemplo, que há alguns anos o malandro, preguiçoso e aproveitador, era estilo de vida festejado na música e no cinema. O cidadão, cumpridor de obrigações, era apontado como otário. Levar vantagem em tudo foi, também, slogan de grande sucesso comercial na década de 1970. "Mas o mundo mudou", diz o jurista. "Hoje, a ética é cobrada na propaganda, nas relações comerciais, na imprensa, nos meios profissionais, da medicina à advocacia, nos parlamentos e nos ofícios públicos em geral".
Na seqüência, o expositor faz um balanço de procedimentos éticos que devem ser observados nos ambientes administrativos; e, por fim, aborda desvios de conduta, sobretudo por indivíduos doentes morais, sociopatas, psicopatas e narcisistas destrutivos.
Os psicopatas no serviço público
A questão foi apresentada na Academia Nacional de Polícia durante Seminário em 2009 que reuniu delegados da Policia Federal que atuam nas corregedorias em todos os Estados. Na ocasião, Léo da Silva Alves sustentoque os psicopatas estão dentro do serviço público ocupando, não raramente, postos sensíveis inclusive de chefia e comando. E a questão não é estranha. A Universidade de British Columbia – Canadá tem estudos claros e relevantes sobre o que se denomina "psicopatas corporativos". Eles estão instalados nas grandes organizações, públicas e privadas, tramando o tempo todo na busca insaciável de poder. São indivíduos invariavelmente inteligentes e charmosos, mas que não se constrangem em assumir méritos de colegas, assediar sexualmente subordinados e impor condições imorais a quem lhes aparece à frente.
O psicopata não é necessariamente, como se pensa na comunidade leiga, o autor de crimes brutais. Nem todo psicopata é violento, embora a sua imagem esteja associada a crimes em série. Afinal, as barbáries chocam o grande público porque ganham, pelos contornos de sangue, grandes espaços na mídia. O que se sabe com segurança, entretanto, é que todo serial killer é um psicopata, mas nem todo psicopata é um criminoso em série (ou mesmo autor de crime com componentes de violência física). Estima-se que 1% da população mundial seja constituída de psicopatas. Assim, os Estados Unidos da América teriam três milhões de psicopatas, embora os registros policiais naquele país tenham indicativos da existência de 50 assassinos na linha de serial killers.
A princípio, a maioria dos psicopatas está nas ruas, nas empresas privadas e em lares bem postos. Mas, evidentemente, também dentro do serviço público. Aqui, inclusive, por uma questão muito especial: o psicopata vive do poder. Acomodados em bons ofícios, experimentam a oportunidade singular de manipular pessoas e obter vantagens de toda espécie.
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1 comentário:
Estarei presente nas duas conferencia e gostaria que mais iniciativas do género fossem tidas em conta. Sugeria também, que convidassem juristas da praça para que houvesse um forte intercambio.
Luis Costa de Sousa
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