![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg1CcoJcGBWxcmm6asH4cTFSmuKFyYTnQI1RIVE2OSxpMNJaC0O1-zaIjUDurWp2wKyIyfwi81AdjwgTYb6bSBPP-OFvM82nWceuhAIWZejgxAwxmyhyphenhyphenmluE5IHw3yf3UMKF1yKbO1TuJjk/s400/Eug%25C3%25A9nio+de+Andrade.jpg)
As palavras que te envio são interditas
até, meu amor, pelo halo das searas;
se alguma regressasse, nem já reconhecia
o teu nome nas suas curvas claras.
Dói-me esta água, este ar que se respira,
dói-me esta solidão de pedra escura,
estas mãos nocturnas onde aperto
os meus dias quebrados na cintura.
E a noite cresce apaixonadamente.
Nas suas margens nuas, desoladas,
cada homem tem apenas para dar
um horizonte de cidades bombardeadas.
Eugénio de Andrade
Sem comentários:
Enviar um comentário