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quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Santo Quimbalambi // ‘A minha tendência é alcançar a perfeição’

O jovem batalhador é também um dos fundadores do Movimento “ Prays Artes”e membro do Movimento Lev'Arte e “Artes ao vivo”.

Como ingressou na TV Zimbo?
Foi através do meu curso de electricidade que cheguei até à TV Zimbo. Na altura fui contratado como electricista. Mas, dentro das minhas habilidades, já tinham experiência em iluminação.

Onde adquiriu esta experiencia?
Trabalhei muito tempo na área da iluminação na “Orion”. Mas depois tive uma formação técnica profissional de iluminação aqui na Zimbo.

Como tem sido?
Tem sido uma experiência muito boa, apesar de ser um trabalho duro. Mas estou satisfeito porque a minha tendência é alcançar a perfeição e para atingir essa meta tenho que batalhar muito para satisfazer as minhas necessidades profissionais.

Antes disso trabalhou na sua área de formação?
Nunca trabalhei em topografia que é o curso que eu pensava em desenvolver, uma vez que era o sonho do meu pai, mas dediquei-me mais a electricidade.

E como surgiu a sua paixão pela poesia?  
Sou membro da Igreja Evangélica Reformada de Angola e lá temos um núcleo de formação designado “Artes e Talentos”, onde aprendemos a declamar poesia. E ganhei o gosto pela escrita e leitura.

Mas também escreve?
Sim, já tenho escrito alguns textos e declamado poesia no “Kings Clube”, na Vila Alice. E sou membro do movimento “Lev´ Arte”.

Quando é que entrou no Movimento “Lev'Arte”?
 Entrei em 2008.
O que o incentivou a fazer parte do movimento? Foi a minha paixão pela poesia.
Uma vez assisti a um evento de literatura e não pensei duas vezes. E também foi a única maneira de divulgar os meus projectos. Mas, para além dos “Lev'AArte”, também sou um dos fundadores do movimento “Prays Artes”.

Como tem conciliado o trabalho com a sua vida artística?
É duro, mas sou apaixonado pelas duas coisas. Por outro lado, é bom para mim porque só ganho experiência. A comunicação social e artes são casadas, por isso tem sido muito bom.

Está a trabalhar em algum projecto pessoal?
 Sim. Mas prefiro não divulgar por enquanto.

O que mais gosta de fazer nos tempo livres?
Gosto de ler e escrever.

Que conselho deixa aos jovens que estão a entrar para o mundo da poesia?
Só muita dedicação, lerem bastante para aumentarem a capacidade intelectual, só assim nos podemos desenvolver.
Perfil

  • Nome: Santo Quimbalambi
  • Idade: 26 anos
  • Natural: Luanda
  • Nacionalidade: Angolana
  • Estado Cívil: Solteiro
  • Formação Académica: Técnico médio de topografia e electricidade
  • Desporto Preferido: Basquetebol
  • Prato Preferido: Feijoada
  • Melhor Livro: Não tenho
  • Melhor Filme: Titanic
  • Cor: Verde Alface

Hamilton Viage
12 de Janeiro de 2011

domingo, 5 de dezembro de 2010

Lord Nilo // Filantropo da música

É estudante de Ciências Politicas e está a trabalhar no projecto “Céu” fundado por ele mesmo, que já vai na sua sexta edição. O seu maior sonho é estudar teologia e filosofia.

Quem é o lord Nilo afinal?

Lord Nilo é por excelência um actor comediante. Mas tive que desenvolver outras artes para conseguir sustentar os meus projectos. Poderia fazer muito mais, só que nesse mundo capitalista sem apoio não se faz nada.

Como é que consegue desenvolver varias as actividades a que se dedica?

É preciso acreditar naquilo que fazemos e trabalhar muito. Mas não tenho feito tudo ao mesmo claro.

O que mais gosta de fazer?

Gosto mais do meu estilo original, que é a comédia. E isto dá-me inspiração para fazer outras coisas, como a música e a poesia.

Como surgiu a ideia do projecto “Céu”?

O meu objectivo com este projecto é dar oportunidade aos artistas de divulgar os seus trabalhos. A ideia desde evento é não estarmos estáticos, porque o nosso objectivo é ir ao encontro do público, até aos mais desfavorecidos. E pode ajudar-nos a mostrar ao mundo o que somos.

Mas como pretende fazer?

Nós realizamos espectáculos musicais, teatrais e literários, isso em várias temporadas e em locais diferentes

Tem sido bem recebido pelo público?

Sim, há muitas pessoas que já conhecem o projecto e têm aderido.

Já recebi a confirmação de interesse de muitos artistas de renome na nossa praça.

E como sustenta o projecto?

Para começar, é um projecto sem fins lucrativos, só precisamos mesmo de apoio financeiro para equipamentos, só depois pensaremos como nos auto-sustentar.

Quanto a sua formação?

Faço Ciências Politicas porque gosto do curso, é uma pena não haver analistas no mercado mais analistas políticos como nos países mais desenvolvidos.

Mas pretende fazer dessa área a sua carreira profissional?

Sim, mas no fundo nós somos todos políticos , de natureza!

Perfil

Nome: Lord Nilo Idade: 22 Estado civil: Solteiro Natural: Luanda Formação académica: 3º ano em Ciências Politicas na Faculdade de Letras e Ciências Sociais da Universidade Agostinho Neto Desporto preferIdo: Basquetebol/ Petro de Luanda Prato preferIdo: Não tem escolha melHor FIlme: Paixão de Cristo: Mel Gibson melHor Livro: Honestidade Humana: Blas Gerard


fonte: http://www.opais.co.ao/pt/opais/?id=1702&det=16896&ss=poesia

domingo, 4 de julho de 2010

Festival de Jazz: Luanda merece


Está completa a lista de artistas que irão actuar na segunda edição do Luanda International Jazz Festival que decorre de 31 de Julho (sexta-feira) a 1 de Agosto próximo (domingo), no Cine Atlântico.

Quarta-feira última, a organização do evento, encabeçada pela Ritek Empreendimentos, reuniu a imprensa no restaurante Miami Beach para anunciar a lista com os nomes de mais nove participantes que, juntando-se aos oito inicialmente anunciados, perfazem um total de 17 – mais seis do que na edição passada.

A lista tem como cabeça de cartaz o norte-americano George Benson, um grande da música jazz que, segundo o programa, vai actuar no segundo e terceiro dias, num dos dois palcos que serão montados para o Festival.

Outro nome que se destaca na lista é o do grande mestre da música zimbabueana, Oliver Mtukudzi, que virá pela primeira vez em Angola. Dos Camarões, a organização convidou Blick Bassy, artista “várias vezes premiado que mistura ritmos musicais da África Central e Ocidental, enquanto funde bossa nova, jazz e soul.

Mas, se do continente berço estão garantidas presenças de luxo, da América não se podia esperar por melhor.

Na primeira lista, a organização surpreendeu, ao anunciar os nomes de Chucho Valdés, um decano do piano cubano, e de Dianne Reeves, cantora revelação do jazz norte-americano. Na última lista, para além do já anunciado George Benson, o Luanda International Jazz Festival incluiu o nome do brasileiro Lenine, cuja actuação irá acontecer no segundo dia do evento.

Do velho continente, Europa, virá apenas um convidado. Trata-se do guitarrista inglês Ronny Jordan que será acompanhado pelo agrupamento Full Band. O artista que mistura sons de hip-hop e funk tem feito sucesso a nível mundial, levando inúmeras vezes os seus assistentes a dançar ao som do seu jazz. A participação de artistas angolanos foi engrossada com a inclusão de mais quatro nomes: Nanuto, Wyza, Gabriel Tchiema e João Oliveira que se juntam assim aos experientes Waldemar Bastos e Filipe Mukenga, duas grandes referências da música popular angolana, anunciados na primeira lista.

CUMPRIR COM A PROMESSA

António Cristóvão, director geral da Ritek, referiu que a segunda edição do Luanda International Jazz Festival reflecte o cumprimento da promessa feita em 2009, aquando da realização da primeira edição, de tornar o festival num evento de envergadura internacional a acontecer anualmente. “A partir da lista de artistas que estamos a anunciar, poderão ver que esta edição será maior e melhor”, disse.

O responsável falou igualmente de algumas inovações que serão feitas este ano, como é o caso da utilização dos dois palcos como principais, ao contrário do que aconteceu na edição Espaço Bahia: As 22h30, o programa Bahia dos Sons tem como convidados durante todo o mês de Junho, a cantora Nádia Pimentel e a banda The Cotton Club. Em destaque no primeiro espectáculo o estilo musical Jazz com músicas de Laurin Hill, Amy Winehouse, Percy Sledge, Ray Charles, Sly and The Family Stoned. ‘Olimías’: No auditório Njinga Mbande, a companhia de teatro Dadaísmo leva à cena a peça de teatro Olimías que retrata a história de uma família que vive num ambiente trágico entre o amor e ódio. Ainda hoje, no Espaço Cultural Teatro Elinga, 20h30 o grupo Elinga apresenta a peça intitulada “Errância de Caim” inspirada na história bíblica de Abel e Caim.

passada, em que um dos palcos foi utilizado como auxiliar.

De igual modo, os referidos palcos passaram a ter nomes. Assim sendo, o palco número um chamar-se-á Palanca, enquanto o palco número dois, a ser montado no pátio do Cine Atlântico, terá a denominação de Welwitchia.

Por outro lado, António Cristóvão informou que este ano será editado e comercializado um CD com os espectáculos da segunda edição do Festival, o que deverá acontecer também nas próximas edições do evento.

Um workshop sobre a música jazz, em que participarão os artistas convidados, será igualmente realizado, a exemplo do que aconteceu na edição passada, mas desta vez o mesmo terá duração de dois dias, e não apenas de um dia, como em 2009.

LUANDA NO MAPA DE EVENTOS MUNDIAIS DE JAZZ

De acordo com António Cristóvão, um dos objectivos principais do Luanda International Jazz Festival é colocar a capital do país no mapa de eventos internacionais de Jazz, fazendo de Angola um destino cultural por excelência. “Estamos a conseguir isso”.

O responsável realçou o facto de o norte-americano George Benson estar tão interessado em participar na presente edição deste festival, a ponto de cancelar uma série de eventos na Itália para marcar presença em Luanda.

“Isso para nós é uma honra e demonstra que estamos a marcar passos concretos e firmes para tornar o

Luanda International Jazz Festival não o primeiro – porque aí estaríamos a competir com o Cape Town International Jazz Festival – mas pelo menos o segundo maior festival de jazz em África”.

PONTE PARA OS ARTISTAS ANGOLANOS

António Cristóvão reiterou o desejo de fazer com que o Luanda International Jazz Festival se torne uma ponte para que artistas angolanos possam participar em eventos do género realizados noutros países, como o Cape Town Internacional Jazz Festival, na África do Sul, um dos mais importantes a nível do mundo, realizado pela EspAfrika.

Razão pela qual a Ritek juntou-se a essa conhecida produtora sulafricana, representada pelo senhor Rashid Lombard, para realizar o evento de Luanda, através de um contrato de cinco anos que prevê a transferência de todo know-how da EspAfrika para esta empresa angolana.

“Estou a negociar com o meu amigo Rashid para que, dos seis artistas angolanos que irão participar na segunda edição deste festival, pelo menos um ou dois possam estar presente no próximo Cape Town International Jazz Festival”.

O director da Ritek reconheceu, contudo, que não se pode fazer um festival só de jazz clássico, uma vez que este estilo tem forte influência no surgimento de outras sonoridades. “Por isso é que nós convidamos artistas como a Lura, Gabriel Tchiema, Waldemar Bastos, Lenine, etc.”, disse, dando a conhecer que o terceiro dia do evento (domingo), será preenchido apenas por artistas do jazz clássico.

Por seu lado, Rashid Lombard que se considera conhecedor da música angolana e que revelou a sua admiração por músicos como Paulo Flores, disse acreditar que possam surgir jovens músicos nacionais capazes de participar no festival de jazz realizado na África do Sul pela sua instituição.

DIMENSÃO DO EVENTO DITA PREÇO DOS INGRESSOS

António Cristóvão referiu que o preço dos ingressos, no valor de 15.220 kwanzas, deve-se ao facto de este ano o Luanda International Jazz Festival ser maior e com um elenco de artistas ainda melhores.

“Estamos a trazer artistas de grande envergadura. Por outro lado, estamos limitados no que diz respeito ao número de pessoas que o Cine Atlântico pode receber”, explicou, dando a conhecer que a Ritek está a trabalhar para que em 2011 o festival possa ser realizado num espaço ainda maior.

O responsável reconheceu que o preço é elevado, comparado com os de outros festivais a nível do mundo, mas evocou as especificidades que tem a cidade de Luanda, considerada uma das mais caras do mundo.

“Garantimos que, assim que nós conseguirmos um espaço maior, em que se possa albergar entre seis a sete mil pessoas por dia, os preços estarão iguais aos praticados no festival de Cape Town que estão à volta dos 50/60 dólares por dia”.

De recordar que a empresa angolana de telefonia Unitel é o principal patrocinador da segunda edição deste festival que conta ainda com apoios das empresas Internet Technologies Angola, TPA e RNA (como televisão e rádio oficiais do certame), DDM, British America Tabacco Angola, Coca Cola Zero, Peroni, Alliance Française, Miami Beach e PuroMix.


Vladimir Prata

sábado, 26 de junho de 2010

Angola no Festival de Teatro da CPLP


Já estão definidos os 15 grupos teatrais que irão representar os oito países da CPLP na terceira edição do Festival de Teatro de Língua Portuguesa FESTLIP – 2010, a decorrer de 14 a 25 de Julho na cidade brasileira do Rio de Janeiro.

Angola que estará presente pela terceira vez será representada este ano por dois grupos: a Companhia de Teatro Dadaísmo e o Miragens Teatro.

Organizado pela Talu Produções, o festival visa a troca de experiências no domínio das artes cénicas entre os diferentes grupos e companhias de teatro da Comunidade de Países de Língua Portuguesa. Esta será a primeira vez que os oito países da comunidade estarão representados no certame, já que as edições anteriores foram marcadas pelas ausências de São Tomé e Timor-Leste.

A lista de participantes é constituída ainda pelos grupos Barracão Cultural, Novo Ato e Galpão (do Brasil), Centro Cultural de Mindelo (Cabo Verde), Oprimido (Guiné-Bissau), Companhia de Teatro Gungu e Teatro Kudumba (Moçambique), Binólogos, A Barraca, Teatro Meridional e Trigo Limpo Teatro (Portugal), Companhia Teatral Yohanbulak (Timor-Leste) e Fóló Blagi (São Tomé e Príncipe).

No total, estarão presentes cerca de 110 pessoas. A caravana angolana será constituída por 15 elementos, entre encenadores e directores artísticos. A Companhia de Teatro Dadaísmo exibir-se-á nos dias 17, 18 e 22 de Julho, às 20 horas, com a peça “Olímas”, e o Miragens Teatro nos dias 17 e 23, às 19 horas, com a peça “4&30”.

Para a curadora do evento, Tânia Pires, “o FESTLIP trata-se de um festival sem fronteiras que envolverá 40 representações, num espectáculo onde cada companhia poderá mostrar as suas habilidades no domínio das artes cénicas.

“A expectativa é maior. A alegria de reunir nesta III edição todos os 8 países da CPLP é grande. É uma celebração sem limite que vem crescendo desde a primeira edição e que tem aumentado o interesse do público”, disse.

A par do teatro, a organização reserva um leque diversificado de atractivos como a mostra de gourmet, uma pesquisa feita por Joana de Carvalho à volta de especiarias de culinária dos oito países da comunidade.

Seguir-se-ão duas mesas redondas, a primeira para debates com jornalistas culturais dos países representados, onde em companhia dos encenadores passarão em revista assuntos relacionados como a situação do teatro lusófono. A segunda é destinada aos dramaturgos e será orientada por José Mena Abrantes, director do Elinga Teatro, no painel reservado ao país.

SHOW DAS MULTIDÕES

O Festlip-Show é um dos momentos mais emotivos do festival em que a música ao vivo é a tónica dominante.

Para o efeito, será erguido um palco italiano de forma quadrada com mil e quinhentos watts de som, um milhão de luz, incluindo um sistema de efeitos diversos. A parte técnica integrará uma série de projecções num clima de luz magenta, cor dominante do festival, e vários banners.

Entre os artistas e bandas convidadas constam Abel Dueré, músico e compositor angolano radicado no Brasil, o cabo-verdiano Hélio Ramalho, a orquestra brasileira Voadora, o Dj Mam com a participação especial de Elsa Lucinda e, de Moçambique, Cheny Wa Gune.

O festival contempla ainda uma exposição fotográfica com imagens captadas durante o projecto de oficina teatral itinerante pelos países da CPLP, levado a cabo pela Talu Produções.

Augusto Nunes
Fonte: O País

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Trienal-2010 já mexe

Organizada sob auspícios da Fundação Sindika Dokolo, com a sugestiva designação “Geografias Emocionais, Arte e Afectos”, a segunda Trienal Internacional de Luanda que irá decorrer de 13 de Setembro a 19 de Dezembro de 2010 já se tornou motivo de notícias na imprensa local e não só, pela sua dimensão e também pela campanha levada a cabo pelo seu conceptor, Fernando Alvim.


O artista plástico fez, recentemente, a apresentação do evento em uma conferência de imprensa, no hotel Globo, em Luanda, e a mesma teve a concorrência tanto de jornalistas, como de artistas e outros aficcionados do mundo das artes. A Trienal incluirá no seu cronograma duzentos eventos artísticos e culturais. A par desses atractivos, o evento propõe-se a uma “análise profunda da sociedade angolana, incorporando projectos voltados para as ciências e novas tecnologias, sugerindo um sistema aberto e abrangente para o acesso as artes visuais, pintura, fotografia, instalação, sessões de teatro, música, dança, projecção de vídeos, literatura, intervenções urbanas, educação e desporto, produzidas por artistas angolanos, africanos e internacionais”. De acordo com a organização, a Trienal sugere, no campo de observação, uma análise poética e factual do pensamento contemporâneo. Para tal, constituiu uma equipa de 32 elementos que incansavelmente trabalha diariamente na concertação de ideias e pormenores técnicos para o êxito do evento que já está a despertar maior interesse do público estudantil, dos artistas, turistas e não só. Desta vez, o seu raio de acção estender-se-á também as cidades de Benguela, Huambo, Lubango e Namibe, que num espaço de quinhentos metros quadrados em cada uma delas, proporcionarão ao público local os melhores momentos de lazer, formação e informação em diferentes áreas das artes. Luanda, por sua vez, contará com cinco espaços com uma extensão de cinco mil metros quadrados. A par destas cidades, a Trienal Internacional de Luanda aponta ainda para outras dez cidades africanas, oito europeias, duas americanas e igual número asiáticas. No que diz respeito a performance artística, a Trienal Internacional de Luanda reserva para o grande público 28 concertos, tendo para o efeito um espaço estruturado em cinco salas: de audição, exposição discográfica, Voz do Semba, auditório visual, conferências e debates sobre a historiografia da música popular angolana.

ATELIER DO CORVO

O Atelier do Corvo, projecto arquitectónico a ser lançado no decorrer da Trienal, é uma intervenção que pretende envolver finalistas de cursos de arquitectura das universidades locais que elegerão como temas de trabalho preocupações suas de natureza social, ambiental e espacial, para as quais a organização procurará em conjunto obter respostas e soluções com o auxílio de metodologias de projecto em arquitectura. De acordo com o arquitecto angolano Carlos Antunes, a quem coube a apresentação do referido projecto, um dos mitos da produção arquitectónica contemporânea é o de estar no centro dos acontecimentos para existir. O Atelier inclui uma exposição em aberto sobre o trabalho desta mesma oficina e desenvolvimento “in loco” de projectos com os estudantes de arquitectura angolanos. Além da mostra, a Trienal contribuirá para a formação, em regime profissional, de finalistas de arquitectura como complemento didáctico do seu ensino académico, de modo a incentiva-los a prosseguir para a prática profissional em regime liberal e aproximar o público dos agentes de projectos. O arquitecto deu a conhecer que esta iniciativa será desenvolvida em três fases, sendo a primeira de selecção de candidatos e as duas últimas de eleição e desenvolvimento das propostas de trabalho. Para o efeito, serão pré-seleccionados cinquenta candidatos, dos quais dez serão seleccionados para desenvolver o trabalho com a equipa do Atelier do Corvo. Os trabalhos serão desenvolvidos ao nível de um estudo prévio simplificado num período de dez horas diárias. Assim sendo, a consolidação e desenvolvimento das propostas ao nível do projecto base para a apresentação ao público será efectuada de 6 a 19 de Setembro de 2010. De acordo com a organização, as fases 1 e 2 do projecto serão acompanhadas pelo antropólogo e escritor Luís Quintais que actualmente se encontra empenhado num “trabalho de antropologia cognitiva” sobre o Atelier do Corvo. No final de todo o processo, o mesmo produzirá um documento. Este Atelier já foi constituído pelos arquitectos Carlos Antunes e Désiré Pedro, em Coimbra, Portugal, e desde 1988 tem conseguido manter uma produção, reflexão e críticas arquitectónicas de elevada qualidade, através de um pequeno número de colaboradores fixos, ao que se soma “um grupo significativo de jovens estudantes de arquitectura’’.

Augusto Nunes
Fonte: O País

sábado, 3 de abril de 2010

Poesia angolana em grande

EM ÉVORA

A bibliocafé “Intensidez” da histórica cidade de Évora, em Portugal, foi palco, recentemente, da divulgação e promoção da cultura angolana, através da declamação de poesia de alguns autores angolanos, com música de fundo de Té Macedo e foto-imagens projectadas da Angola de ontem e da de hoje.

A harmonia poética de Amélia Dalomba, Paula Tavares, E. Bonavena, Lopito Feijó, João Maimona, Maria Alexandre Dáskalos, José Luís Mendonça e Abreu Paxe deu luz ao requintado local, onde os presentes tiveram a oportunidade de ouvir algumas propostas estéticas produzidas em Angola nas três últimas décadas. A honra de declamar os poemas coube a dois mestrandos angolanos em ensino de literatura em língua portuguesa pela Universidade Agostinho Neto e duas poetizas e ensaístas portuguesas, nomeadamente Margarida Morgado e Maria Sarmento.

No instante da apresentação das personagens principais da noite, no caso os poetas angolanos, o também angolano Francisco Soares, especialista em literatura africana, falou antes do objectivo e importância do acto, revelando o cunho cultural daquele momento manipulado a favor das trocas culturais. Poeta, crítico literário, professor universitário e promotor cultural, Francisco Soares fez uma brevíssima incursão à literatura angolana, pronunciando-se sobre as relações culturais binárias entre Angola e Portugal, o que terá permitido conhecimentos e reconhecimentos mútuos por parte dos autores, leitores e contextos destes dois países membros da CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa). Referindo-se aos autores, Francisco Soares considera que representam uma geração, dos anos 80 até ao presente, que assegurou a transição de um período cuja temática poética circundava em torno do nacionalismo angolano – poética militante e de denúncia –, para o de hoje, muito mais heterogéneo, com uma componente temática mais cosmopolita e, outras vezes, mais aproximada às tradições orais. Sem desprimor a outros autores da mesma geração, Francisco Soares considerou que, actualmente, os poetas seleccionados asseguram a arte de fazer poesia de forma sublime no manejo da palavra.
António Quino
Fonte: O País