sábado, 26 de junho de 2010

Naturais e Amigos de Luanda falam sobre edifício do Elinga


demolição dos edifícios históricos na capital preocupa Associação dos Naturais Residentes e Amigos de Luanda
Fotografia: Kindala Manuel
A Associação dos Naturais, Residentes e Amigos de Luanda (Kalu) realiza, no domingo à tarde, uma palestra sobre a importância de se preservar o Património Classificado em risco de extinção, anunciou, ontem, em conferência de imprensa, a sua vice-presidente.
A palestra, que se realiza, à tarde, no largo do Baleizão, enquadra-se na “Campanha Reviver Luanda”, organizada pelo Núcleo de Estudo de Arte, Arquitectura, Urbanismo e Design (NEAAUD) do Departamento de Arquitectura da Universidade Lusíada de Angola e pela Kalu.
Cristina Pinto anunciou que a escolha do local da conferência foi propositada por se saber que há intenção de uma imobiliária demolir o prédio onde se encontra o Elinga Teatro.
“Se o Governo não tomar medidas de prevenção e preservação corremos o risco de perder este património de cidade”, disse.
Cristina Pinto afirmou que é preciso desenvolver, de forma continuada, campanhas de sensibilização e divulgação junto dos donos de edifícios, como aquele em que se encontra o Eliga, e de quem os compra sobre a importância da preservação da memória cultural da cidade. “ Se não estivermos unidos, os esforços não têm o impacto desejado”, referiu.
Deve haver um esforço colectivo, sublinhou, para chamar a atenção da população de Luanda para a necessidade de se resgatar a memória da cidade.
“Temos de fazer a recolha dos nossos valores culturais e, principalmente, apelar ao Governo para que se faça uma requalificação da cidade de forma harmoniosa”, alertou.

Sensibilização e solidariedade

Ângela Mingas, arquitecta e voluntária do projecto “Campanha Reviver Luanda”, disse que a sensibilização deve ser feita num espírito de solidariedade para ter os efeitos desejados.
Ângela Mingas reconheceu a necessidade de se modernizar a cidade, mas realçou que se deve ter em consideração as características próprias “desses sobrados, como a firmeza, utilidade histórica e beleza”.
“Estamos a anular toda uma história que identifica a cidade antiga de Luanda como património cultural nacional”, referiu. A arquitecta lembrou que uma cidade se vê pelas marcas e características que vai preservando ao longo dos tempos.
“As pessoas, com o tempo, já não se vão rever na cidade capital porque existem menos lembranças em que se possam rever”, lamentou.

Existem cinco bairros da cidade antiga, o da Cidade Alta, dos Coqueiros, do Carmo, da Nazaré e do Bungo, recordou “Devia haver na cidade um memorial dos escravos como forma de manter vivo todo um passado que vai sendo esquecido”, sugeriu. A campanha tem o objectivo de apresentar “todo o imenso património histórico de Luanda e provocar um maior sentido de pertença e de empatia”.

A “Campanha Reviver Luanda” pretende promover, de forma regular, acções de turismo cultural, “programa cuidadosamente pensado, com guias conhecedores dos segredos” de Luanda.

O programa tem ainda outros atractivos culturais, como um passeio guiado, a pé e de carro, pelos Coqueiros, Cidade Alta, Fortaleza de São Miguel, Museu de Antropologia, Igreja dos Jesuítas e Rua dos Mercadores, durante o qual actua um músico conhecido.

Do leque de actividades, constam ainda uma mostra de gastronomia, um bazar de vendas de arte, uma oficina cultural, com destaque para feitura de desenhos livres sobre a cidade de Luanda, exposição de arquitectura luandense e uma sessão de capoeira com a Escola Abadá.

Fonte: Jornal de Angola

1 comentário:

Anónimo disse...

Olá boa noite. E como contactar com a associaçao? E como registrar-me na dita? Abraços Meirelles