Trienal vai ajudar a fortalecer e divulgar mais os criadores angolanos e a sua arte
Fotografia: Paulino Damião
Aproximar as ideias dos artistas ao público e fazer com que a obra de arte seja facilmente compreendida, dentro do respeito pela liberdade criativa e de interpretação, figuram entre as teorias que o vice-presidente da Fundação Sindika Dokolo, Fernando Alvim, defende na concretização dos projectos da mega exposição que engloba artes cénicas e artes visuais, denominado Trienal de Luanda. Em entrevista concedida, ontem, ao Jornal de Angola, Alvim afirmou que nesta segunda edição o mais importante é a proliferação dos factos culturais e que "a arte é do foro intimista".
Jornal de Angola – Que novidades temos nesta segunda Trienal de Luanda?
Fernando Alvim – O ponto mais alto vai ser o enfoque que daremos aos instrumentos necessários para que haja uma proliferação dos factos culturais. Por exemplo, ao restauramos o Cine Teatro Nacional vamos garantir que, até Dezembro, se realizem 84 atracções artísticas. Esta acção é abrangente à participação da sociedade civil no que toca à preservação do património material.
JA - À semelhança da primeira edição, estão a participar artistas angolanos e estrangeiros. Que artistas estão a prestigiar esta segunda edição?
FA – Com base no projecto 3 Pontes, da autoria do curador brasileiro Daniel Rangel, que põe em evidência as instituições artísticas que surgiram no Estado da Baía, no Brasil, vão participar 30 criadores baianos que na sua maioria têm referência à arte, à cultura e à história africana. Pela parte angolana, a Trienal vai evidenciar artistas da nova geração, com menos de 30 anos, cujas obras têm tido uma circulação internacional, razão pela qual devem ser alvo de registo.
JA – Por que razão tem sido tão pouco divulgada?
FA – Nós preferimos fazer uma Trienal que não seja tão panfletária. Para nós, não deve ser um evento, mas sim uma normalidade! A nossa estratégia de divulgação pretende dar a informação durante os acontecimentos e não antes. Com isso, pretendemos dizer que a arte é do foro intimista, trata-se de uma acção aberta em que o artista produz de maneira mais autónoma.
JA – De forma sucinta, que análise faz da primeira edição?
FA - A primeira edição foi para legitimarmos o projecto Trienal de Luanda. Avaliar se realmente havia ou não necessidade de existir. Portanto, os resultados que colhemos indicam-nos que podemos prosseguir e a sociedade confirma-nos isso, também, quando notamos o surgimento regular de novos pintores, fotógrafos, grupos de música, de teatro e dança.
Francisco Pedro
Sem comentários:
Enviar um comentário