terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Antropólogo Ruy de Carvalho aborda conquistas de Luanda


Luanda - O antropólogo angolano Ruy Duarte de Carvalho emitiu ontem (segunda-feira), em Luanda, o seu ponto de vista sobre os factos que marcaram a história política da capital angolana, na era colonial, apontando a conquista e reconquista desta cidade africana, pelos holandeses e portugueses, como os aspectos mais marcantes da época.


"A fundação de Luanda, a conquista pelos holandeses, a reconquista pelos portugueses e a independência nacional, de que acabo de falar durante uma hora, são os pontos mais importantes", expressou o pesquisador à imprensa, no final de uma conferência co-organizada pelo Instituto Camões e pela Associação Chá de Caxinde.


Segundo o também escritor e docente universitário, que falava sobre o tema "Conquistas e Reconquistas de Luanda", a actual capital angolana passou por um longo processo de partilha, por autoridades holandesas e portuguesas, afirmando não ter havido tempo para se construir uma cidade diferente, onde não existissem musseques.


"Não deu tempo de construir outra cidade. Os musseques não são consequência da cidade estar cheia. Derivam de outras coisas", lembrou Ruy Duarte de Carvalho, para quem a existência dessas áreas suburbanas deriva de "um fenómeno social ou arquitectónico".


"Os musseques são um fenómeno social, talvez arquitectónico, resultado do crescimento de uma cidade que, durante uns períodos, cresceu por umas razões, e noutros, por outras razões. Esta é uma interpretação antropológica", assegurou.


O pesquisador é de opinião que Luanda é hoje uma cidade em transformação, cheia de vitalidade, "e sem razão alguma para não resolver as suas questões".


Durante uma semana, o escritor e antropólogo será homenageado pelo Instituto Camões e pela Associação Chá de Caxinde, que reservam para terça-feira, em Luanda, ainauguração de uma exposição com título "Essa Maneira de Convocar Tudo", a estar patente até 20 deste mês, no Centro Cultural Português.


Para quarta-feira, está prevista uma conferência e debates sobre "Antropologia, História e Imagem".


Fonte: Texto - Angop e Foto - Lev´Arte

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